O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul divulgou, nesta sexta-feira (19), no DOE (Diário Oficial do Estado), o extrato de autorização de dispensa de licitação para contratação do Instituto Nacional de Seleções e Concursos (Selecon). A empresa será responsável pela prestação de serviços de planejamento e execução de concurso público para 279 cargos vacantes da carreira Gestão de Serviços Hospitalares no quatro de pessoal da Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul (Funsau).
Servidores do Hospital Regional reclamam há muito tempo da defasagem de profissionais. Em outubro do ano passado, a promotora Daniela Guiotti, estabeleceu prazo de 20 dias para o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul informar as providências adotadas para sanar o déficit de 03 (três) profissionais técnicos em enfermagem e 02 (dois) enfermeiros nos setores de quimioterapia ambulatorial infantil e no Centro de Tratamento de Oncologia Infanti – CETOHI.
A determinação aconteceu dentro de um inquérito civil que investiga falta de profissionais enfermeiros e técnicos em enfermagem no setor de pediatria oncológica do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.
Durante vistoria no hospital, o MPE constatou que, “não houve melhora na escala de enfermagem em relação a última vistoria realizada. O prejuízo à assistência das crianças internadas pode não ocorrer diretamente ou não ser percebido, mas principalmente por conta desdobramentos da equipe para realizar os procedimentos e atender as necessidades dos pacientes. Atualmente, em algumas situações, tem sido necessário que a equipe preste a assistência desfalcada, expondo a equipe a sobrecarga e um risco assistencial. A suficiência de profissionais de enfermagem é um importante fator para o adequado funcionamento de qualquer instituição hospitalar e assistência de qualidade aos pacientes, e a falta destes culmina em consequências negativas para os pacientes, bem como para os profissionais, que sofrem a sobrecarga de trabalho”, pontuou.
Em outro inquérito, o MPE apura o déficit de médicos socorristas ou emergencistas para atender a demanda no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS). A denúncia partiu de uma médica que questionou a ausência de plantonistas e o risco no hospital.
“Venho por meio desta solicitar a checagem de onde estão alocados os plantonistas da Cirurgia Geral do HRMS, pois há pelo menos 28 plantonistas da Cirurgia Geral, quase todos com 36 horas semanais para cumprir, e mesmo assim sobra para os plantonistas da Clínica Médica ter que atender pacientes da cirurgia geral, principalmente aos finais de semana, quando fica só um plantonista da cirurgia geral, que acaba ficando só no centro cirúrgico operando e deixando o pronto socorro por conta da Clínica Médica”, denunciou.
A médica afirma não ter interesse em assumir responsabilidade que não é dela e destaca problemas no atendimento em outros setores. “Não tenho nenhum interesse em assumir responsabilidades que não são minhas, tendo que atender pacientes que deveriam ser atendidos pela cirurgia geral, além de tumultuar mais ainda o plantão da clínica médica, com pacientes que não seriam da especialidade, além de atrasar o tratamento definitivo destes. Sei que vários dias durante a semana existem muitos plantonistas da cirurgia geral, em torno de 3 de dia e 3 de noite, porém aos finais de semana a Cirurgia Geral fica abandonada, com 1 só cirurgião que não dá conta de resolver seu plantão, tendo que transferir sua função para os clínicos”, detalhou.