27.8 C
Campo Grande
quinta-feira, 30 de janeiro, 2025
spot_img

Grande Marcos: bebê nasce com quase 6 quilos

A Campo-grandense Luiza Camposano Gomes, 37 anos, deu à luz seu quarto filho no feriado da Independência do Brasil, 7 de setembro. Naquele dia, ela viu seus planos mudarem quando deu entrada na Maternidade Nilda Coelho da Santa Casa de Campo Grande, com indícios de trabalho de parto. Ela esperava que o parto fosse de forma natural e que o bebê tivesse em torno de 4 kg, como ocorreu com os filhos mais velhos. Mas, aquele momento seria ainda mais especial.

Com a idade gestacional de pouco mais de 39 semanas, Marcos Gabriel nasceu com 5 quilos e 745gramas e 52 centímetros de comprimento. É, sem dúvida, um bebê gigante. O tamanho e o peso do recém-nascido equivalem aos de uma criança com cerca de três meses, em que o peso estimado é de 5.500g. E nessa história, dois momentos surpreenderam a família e hoje são lembrados com muita alegria: o descobrimento da gravidez não programada e a chegada do “Grande Marcos”.

“O meu filho caçula tem 15 anos e eu não imaginava ficar grávida novamente, mas foi numa troca de anticoncepcional que acabou acontecendo, me explicaram depois que há um tempo de adaptação do remédio. Com a confirmação, comecei a fazer todos os pré-natais normalmente, minha gestação foi bem tranquila, mas agora no finalzinho comecei a me sentir mais cansada por conta da barriga”, brincou a mãe que também disse ter ficado muito apreensiva com a notícia de que passaria por uma cesárea.

Luiza contou que só ficou sabendo de que seu bebê era grande após chegar ao hospital e fazer um ultrassom, no meio da madrugada. Ela lembra que achou engraçado a médica dizer que ela sentiria um “puxão”, pelo esforço investido durante o parto para retirar o bebê. “Quando elas tiraram ele, eu senti a maca balançado e aquilo não foi uma sensação, eu tenho certeza do que estava ocorrendo. Quando o vi, não imaginava que era tão grande assim. Aí virou uma festa ali dentro da sala cirúrgica”, lembrou.

“Grande Marcos”, recebeu muito carinho e atenção de toda a equipe desde o seu nascimento e, agora, ele fará parte da história da instituição nesses mais de cem anos de existência. O médico ginecologista e obstetra, Dr. William Lemos, que também é supervisor da maternidade, explicou que nos últimos cinco anos, o bebê com o maior peso registrado foi de 5 quilos e 300 gramas. Outro detalhe que surpreendeu a todos da equipe médica foi o fato de Marcos Gabriel ter nascido em boas condições clínicas e sem nenhuma intercorrência no parto.

“É natural em um bebê macrossômico (acima de 4.000g) a preocupação com a possibilidade de diabetes gestacional. E de fato, quando revisamos os exames de pré-natal tinha a comprovação da diabetes, e quando fomos perguntar da ciência dessa situação, a mãe disse que não sabia. Assim, foi feita uma avaliação minuciosa para saber da condição clínica da criança e felizmente estava tudo dentro dos parâmetros. Sair com o bebê saudável, com todo esse histórico, é muito raro, foi uma feliz exceção. Mas em outros casos são observadas alterações devido à diabetes gestacional”, comentou Dr. William.

O supervisor da Maternidade destacou que o caso de Marcos é comum de acontecer, mas não é normal. Muitas pacientes dão entrada constantemente na urgência e emergência do Pronto-socorro e no ambulatório de alto risco devido às doenças de base descompensadas durante o período gestacional. Por isso a importância de um bom pré-natal, para identificar e tratar essas enfermidades.

Doutor William ainda explicou que bebês de mães diabéticas podem ter problemas cardíacos e um aumento significativo do fígado, sendo necessários vários exames para detectar essa anomalia. Marcos, passou por todo esse processo durante a internação, recebendo alta hospitalar três dias após o nascimento, no colo da mãe Luiza e na companhia do pai Antônio Marcos da Conceição Benitez.

Agora, a família que havia se preparado para o nascimento de Marcos, terá de adaptar alguns cuidados com o bebê, começando pelo enxoval, que deverá ser substituído por outro de peças maiores. Os primeiros desafios começaram ainda na enfermaria. “A minha realidade caiu quando cheguei no quarto e abri a bolsa do bebê. Começou com o “cueiro” na maternidade, que nenhum fechava nele, daí pedi um lençol mesmo! Depois, minha menina mais velha veio me ajudar e dizia que nenhuma roupa estava cabendo nele. Eu tinha comprado tudo para RN para não passar apuros, mas acabei passando do mesmo jeito”, brincou Luiza.

Fale com a Redação