O Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (HU-UFMS) realizou, pela primeira vez em sua história, uma cirurgia de enxerto ósseo alveolar em um paciente com fissura labiopalatina.
O procedimento foi classificado como um importante avanço no tratamento de portadores da fissura labiopalatina em Mato Grosso do Sul. A síndrome é uma má formação congênita que afeta a fala, mastigação e a respiração dos pacientes.
Segundo a assessoria do HU, o procedimento foi viabilizado por meio da parceria com a ONG Smile Train, que apoia o tratamento dessa condição ao redor do mundo. A paciente operada foi uma adolescente de 14 de anos, que agora está no pós-operatório.
Para o enxerto, os médicos retiraram um pedaço do osso medular da crista ilíaca (bacia) da paciente e o implantaram na área da fissura alveolar. O procedimento proporciona benefícios tanto estéticos quanto funcionais.
Como parte das etapas seguintes do tratamento, a equipe de ortodontia poderá agora mover os dentes da paciente para o local fissurado, promovendo melhor alinhamento e desenvolvimento da arcada dentária.
O tratamento da fissura labiopalatina exige acompanhamento contínuo, podendo envolver até 12 cirurgias ao longo da vida do paciente. A adesão a uma equipe multidisciplinar e a realização das cirurgias dentro do tempo ideal são fundamentais para o tratamento.
Essa cirurgia não era realizada pelo SUS em Mato Grosso do Sul, sendo necessário que os portadores buscassem outros hospitais de referência, como o Centrinho, em Bauru (SP). Agora, com o sucesso da operação, o HU/UFMS espera atender outros casos.
O hospital iniciou há seis meses as cirurgias de lábio e palato – quando o bebê nasce com o lábio cortado ou sem o céu da boca- em pacientes dos 3 meses a 1 ano. Agora, o atendimento será ampliado com a introdução do enxerto ósseo alveolar.
A equipe responsável pelo procedimento foi composta pelos cirurgiões: Bruno Ayub (Cirurgião Crânio-Maxilofacial), Ana Candeia e Gustavo Marques Tondin (ambos cirurgiõesBuco-Maxilofaciais).