Inflação oficial perdeu força em janeiro e fechou em 0,16%, menor índice para o mês desde 1994
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta terça-feira (25) a prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Esse índice se diferencia da inflação oficial, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelo período de coleta das informações, que ocorre, geralmente, entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês de referência. Em janeiro de 2025, a inflação oficial desacelerou para 0,16%.
Alimentos seguem em alta
O preço dos alimentos continua sendo um fator preocupante. No acumulado de 2024, o setor registrou uma alta de 7,7%, sendo o grupo que mais pressionou a inflação. Dados do IBGE mostram que os preços desses produtos aumentaram pelo quinto mês consecutivo em janeiro.
Para especialistas, a tendência é de que os valores permaneçam elevados, especialmente para itens como carne, azeite e frango. Além do cenário externo, as mudanças climáticas são apontadas como um dos principais fatores que impactam os preços.
O governo também acompanha de perto as altas da carne, ovos, açúcar, café, laranja e derivados de soja. Em 2024, alguns desses produtos tiveram aumentos expressivos, como o café (40%) e a carne bovina (25%).
Em entrevista concedida na última quarta-feira (14), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou que o governo estuda medidas para conter a alta dos preços.
“O que está muito fora de propósito hoje é o ovo, e nós estamos agora fazendo um estudo desses alimentos que estão fora da curva. As carnes e o ovo. O açúcar ainda está fora da curva. O café ainda está fora da curva. E a laranja. Então, estamos analisando para ver quais medidas podem ser adotadas”, declarou o ministro.
Transporte foi o maior impacto na inflação de janeiro
O grupo Transportes foi o que mais pressionou a inflação de janeiro, registrando alta de 1,30%, impulsionado pelo aumento das passagens aéreas (10,42%) e do ônibus urbano (3,84%).
O reajuste no transporte público impactou diretamente o IPCA, com aumentos nas tarifas em várias cidades:
- Belo Horizonte: +9,52% (a partir de 1º de janeiro)
- Rio de Janeiro: +9,30% (a partir de 5 de janeiro)
- Salvador: +7,69% (a partir de 4 de janeiro)
- São Paulo: +13,64% (a partir de 6 de janeiro)
Além disso, os combustíveis subiram 0,75%, com destaque para:
- Etanol: +1,82%
- Óleo diesel: +0,97%
- Gasolina: +0,61%
Habitação teve a maior queda
Por outro lado, o grupo Habitação registrou a maior queda, com uma redução de 3,08%, ajudando a segurar a inflação.
O principal motivo foi a queda no preço da energia elétrica residencial (-14,21%), reflexo do Bônus de Itaipu, que reduziu o valor das contas de luz.
A divulgação completa dos dados pelo IBGE pode trazer mais detalhes sobre as projeções para os próximos meses e os impactos na economia do país.