Um levantamento divulgado neste domingo (16) pela Quaest revelou que 65% dos brasileiros de baixa renda que possuem conta bancária utilizam a chave Pix para transações financeiras. O estudo reforça a ideia de que o pagamento instantâneo foi essencial para a digitalização bancária dessa parcela da população, que antes tinha como principal meio de pagamento o dinheiro em espécie.
A expansão do Pix representa um avanço significativo na inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso a transações rápidas e seguras. No entanto, a pesquisa também evidencia que a bancarização da população de baixa renda ainda é limitada. Apesar da popularização do Pix, outras ferramentas financeiras, como o cartão de crédito, ainda são menos acessíveis para essa classe social.
Segundo o estudo, apenas 40% dos brasileiros de baixa renda possuem cartão de crédito, percentual inferior ao da classe média (58%) e da classe alta (73%). Esse dado revela que, embora o pagamento digital tenha se tornado mais comum, a desigualdade no acesso a produtos financeiros persiste.
Endividamento preocupa
Outro ponto de atenção levantado pela pesquisa é o endividamento. A população de baixa renda apresenta um índice de 25% de endividados, superando outras classes sociais, mesmo sem ser a que mais possui cartões de crédito. Em contrapartida, 27% da classe alta declararam não ter dívidas, reforçando a desigualdade econômica no acesso ao crédito e na gestão financeira.
A divulgação do estudo ocorre no momento em que o governo federal prepara o lançamento de um programa de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada. A proposta visa viabilizar o crédito consignado privado por meio do eSocial, com juros reduzidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista no Palácio do Planalto, que o programa será “o maior programa de crédito da história desse país”.
“Eu acho que pouco dinheiro nas mãos de muitos significa distribuição de renda, e muito dinheiro nas mãos de poucos significa miséria”, declarou o presidente.
O desafio agora é garantir que a população de menor renda tenha acesso não apenas ao sistema bancário, mas também a condições financeiras que favoreçam o crescimento econômico e a redução das desigualdades.