A inteligência artificial (IA) e a transformação digital estão mudando o mercado de trabalho e abrindo novas oportunidades para negócios de todos os tamanhos. Apesar de serem vistas por alguns com receio e por outros como promessa de transformação, o fato é que essas tecnologias já fazem parte do presente e têm impacto direto na sociedade e nas empresas. Entender como elas funcionam é o primeiro passo para acompanhar essa revolução.
Foi com esse objetivo que o Sebrae/MS, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) promoveram, no sábado (14), um evento em Campo Grande, reunindo especialistas e empreendedores para discutir o papel da IA e da transformação digital nos negócios.
Para Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect e conselheiro do Sebrae/MS, a proposta foi ampliar o entendimento sobre o papel da inteligência artificial e da transformação digital nos negócios, nas instituições e na sociedade. “Nosso papel é trazer esse letramento da transformação. A inteligência artificial tem o poder de transformar pequenos negócios, permitindo desde um atendimento mais personalizado até uma comunicação mais eficaz com os clientes. E isso vai estar em todas as esferas, do grande ao pequeno empreendimento”, avalia.
Tito Estanqueiro, diretor de Operações do Sebrae/MS, reforçou o potencial transformador da tecnologia. “O empresário sul-mato-grossense precisa estar alinhado com essa perspectiva para aproveitar os frutos. A inteligência artificial poderá potencializar as ações das pessoas, sejam dos donos dos empreendimentos, sejam dos próprios funcionários, com ganhos de produtividade, de uma maximização do tempo”.
IA e Transformação Digital: Por onde começar?
Juan Pablo Boeira, PhD em Inteligência Artificial e vice-presidente de Inteligência Artificial da Abstrato Inovação & Tecnologia apresentou no evento um panorama das tendências de IA e como incorporar em suas operações. Segundo ele, o tempo para adaptação é curto. “São três anos mais que empresas de absolutamente qualquer porte, qualquer segmento e qualquer tamanho terão para se adaptar a esse novo contexto mercadológico e tecnológico”, defende Boeira.
A implementação pode começar em diversas áreas, como marketing, vendas, financeiro e recursos humanos. “A IA realiza tarefas repetitivas com mais precisão e rapidez que o ser humano. Quando a gente implementa inteligência artificial, independente que seja um MEI (microempreendedor individual), uma pequena, ou média empresa, ela melhora a velocidade nos processos, traz mais aprimoramento na análise de dados e escalabilidade nas entregas. Isso gera redução de custo, traz mais produtividade e eficiência operacional”, disse.
Na transformação digital, o processo vai além da adoção de tecnologias. Giovanni Maluly, administrador de empresas, especialista na área e diretor de Operações na Abstrato, apontou que é necessário alinhar pessoas, processos, tecnologias e dados para que a empresa esteja preparada para a digitalização.
“Transformação digital é uma forma de pensar da organização que vai ser traduzido no modo operante dela, ou seja, simplesmente ter um sistema não significa que atuo em conformidade à transformação digital. Ela significa todo o meu planejamento ser moldado para que o meu negócio esteja na Economia 4.0. Para que isso seja feito, a gente precisa trabalhar algumas variáveis do negócio que são pessoas, processos, tecnologias e dados. Fechando esses quatro pilares, conseguimos ter um negócio apto à digitalização”, comenta Maluly.
Startups mostram o caminho da inovação
Provando que é possível converter desafios empresariais em oportunidades de crescimento e inovação, startups de Mato Grosso do Sul encontraram na IA uma solução estratégica e criaram novos modelos de negócios. É o caso de Jefferson Moreira, da Vordesk, uma startup de atendimento e vendas, que explicou como o uso de dados e inteligência artificial ajudou a empresa a resolver o problema um problema comum para as empresas: a necessidade de ser “multicanal”.
“Somos obrigados a termos um monte de canais: Instagram, WhatsApp, TikTok, e-mail, e não conseguimos utilizar ou moldar esse conhecimento. Então, a Vordesk resolve isso. Mais do que isso, conversamos com os dados e entendemos, com a IA, quais são os grandes problemas da empresa. Quando a gente junta esses dados quantitativos e qualitativos, conseguimos entender, de fato, o que está acontecendo dentro daquela corporação, gerando informação para tomada de decisão”, disse Moreira.
Além dele, Thiago Oliveira, da Porter SGE, e Charles Viegas, da Alfaneo, compartilharam suas experiências no evento, mostrando que a IA pode ser uma aliada poderosa para enfrentar desafios e explorar novas oportunidades.
