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quinta-feira, 19 de setembro, 2024
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Jamilzinho nega ter mandado matar ‘Playboy da Mansão’ e diz que não conhece o pistoleiro

Acusado de mandar matar Marcel Colombo, conhecido como “Playboy da Mansão”, o empresário Jamil Name Filho, o Jamilzinho, prestou depoimento na tarde dessa terça-feira (17) no segundo dia do júri que trata do caso, em Campo Grande. Ele negou todas as provas que estão em seu desfavor e ainda tentou comover os sete jurados, dizendo ser inocente.

A pedido do juiz Aluízio de Souza, Jamil iniciou seu depoimento descrevendo quem ele era. Na oportunidade, o réu discusou sobre a tradição da família Name no empreendedorismo, assistencialismo e criação de cavalos da raça Quarto de Milha. “Até a operação Omertà, eu não tinha nenhuma mácula em meu nome”, declarou. Ele cumpre a pena na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) e participou do julgamento por meio de videoconferência.

Depois, Jamilzinho explicou como conheceu Marcelo Rios, apontado como o responsável por contratar o pistoleiro que matou a vítima. O réu disse que foi indicado por um conhecido da família e que sempre o teve como ‘homem de confiança’, inclusive, cuidava dos filhos, da mãe e de toda família Name. Ainda na fala, explicou que precisava de alguém que fizesse a “segurança” da família e os “serviços gerais”, por isso o contratou.

Sobre o policial federal Everaldo, um dos réus, Jamil Filho disse que o conheceu em 2010. Já a pessoa de Rafael Antunes, Jamilzinho detalhou que foi contratado para trabalhar para Name e era um dos funcionários do qual a sua mãe “mais se simpatizava”. Já o pistoleiro Juanil, ele negou saber quem é. “Nunca vi esta pessoa, nunca tive conhecimento do nome dessa pessoa em toda a minha vida até quando eu recebi a primeira citação da operação Omertà”. 

Sobre a briga que teve com a vítima, ocorrida em uma boate de Campo Grande no ano de 2013, Jamilzinho contou que estava acompanhado de “8 ou 9 pessoas” e que Marcel começou a mexer no balde de gelo dos amigos e a molhar os presentes. “Parecia que ele estava drogado”, destacou. Ele teria jogado água em Jamilzinho, que o rebateu xingando. Foi então que Marcel deu um soco no nariz de Jamilzinho. Os seguranças separaram a confusão.

Cerca de 60 dias após a briga, Marcel teria pedido desculpas a Jamilzinho em outro estabelecimento. “Isso se encerra hoje aqui”, teria dito o réu a vítima. Jamilzinho negou que tenha tentado contratar um pistoleiro para executar Marcel enquanto a vítima estava presa. Ainda na sua defesa, Jamil alegou ter encontrado Marcel apenas três vezes após a briga: em dois restaurantes e em outra casa noturna de Campo Grande. “Nunca mais houve um cisco de qualquer coisa”, afirmou.

Sobre o taco de basebol enrolado com arame farpado apreendido pela força-tarefa na sua casa, Jamilzinho alegou ser um “adorno de parede comprado pelo seu filho”. Objeto era semelhante ao usado por personagem de uma série sobre zumbis. Jamilzinho afirmou que taco estava no guarda-roupa do filho, mas teria sido colocado nos fundos do imóvel pelo delegado João Paulo Sartori para tentar incriminá-lo.

Em outro momento, o réu afirmou que nunca esteve em residência onde foi apreendido arsenal que a investigação apontou ser dos Name. Ele também negou que tinha conhecimento das armas estarem no local. “Eu não posso ser responsabilizado por nada feito por Marcelos Rios ou de outra pessoa que se atribua a mim”, pontuou o réu.

Jamilzinho também alegou que o bilhete que denunciava os planos da organização encontrado na cela da prisão foi escrito por outro detento. Em um pedaço de papel higiênico, o detento afirmou que os “Name” pretendiam mandar executar “de picolezeiro a governador”. Na sua versão, o “bilhete foi uma farsa” criada pela investigação. Ele também acusou o delegado Fábio Peró, da Garras, de “institucionalizar o pau de arara” na delegacia.

Sobre outra denúncia, o réu afirmou que não há provas de que a ex-esposa avisou a namorada da vítima para tomar cuidado com Jamilzinho. Após o aviso, Marcel Colombo saiu de Campo Grande e morou por três meses no Mato Grosso. Segundo Jamilzinho, até hoje ele tem uma boa relação com a ex-esposa e, inclusive, dá apoio financeiro para ela. “Eu não acredito que ela tenha feito isso”, afirmou.

Juiz Aluízio de Souza encerrou o depoimento do acusado às 15h22. Entretanto, Jamilzinho pediu para fazer uma “consideração final”, que foi autorizado. “Eu vou fazer dois pedidos. Primeiro, o que está sendo julgado, o que está julgado? É única e exclusivamente o homicídio, o Sr. Marcel, Playboy da Mansão. Esse é o fato, esse. Segundo, esse pedido eu vou fazer com certeza, com todo respeito, com toda amizade. Se tiver uma prova, me condenem. E, por último, muito obrigado pela atenção em vocês”, disse aos jurados.

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