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domingo, 23 de março, 2025
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“Juiz sensato”, diz defesa ao livrar da cadeia estudante de medicina que atropelou e matou corredora em CG

“João se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas era visível seu estado de embriaguez. O estudante utilizava uma pulseira de uma casa noturna localizada na Avenida Afonso Pena e, dentro do veículo, foram encontradas latas e garrafas de cerveja”, apontou o registro de mais um grave acidente de trânsito em Campo Grande. O envolvido atropelou e ceifou a vida de uma atleta. À principio, ele foi preso por Atleta morta atropelada por motorista bêbado em Campo Grande; colega de treino foi socorrida

Mas, após uma primeira recusa, agora houve um “Juiz sensato”, como disse a defesa ao livrar da cadeia o estudante de medicina, João Vitor Fonseca Vilela, que atropelou e matou a corredora Danielle Correa de Oliveira, aos 41 anos. na manhã do dia 15 de fevereiro. A vítima participava de uma corrida com um grupo de atletas na rodovia MS-010. Além dela, o estudante também deixou outra corredora ferida.

João ganhou liberdade na tarde desta sexta-feira (21), em Campo Grande, quando o advogado de defesa, José Roberto Rosa, falou sobre a ‘sensatez’ do juiz ao conceder a soltura do seu cliente. “A única oportunidade que tive para trazer um juiz que pensa diferente, para um juiz que entende que o direito do acusado também deve sobressair, foi o Tribunal de Justiça, que, graças a Deus, teve um juiz sensato, que é o desembargador que fez o caso”, disse o advogado.

O advogado enfatizou que a soltura foi uma decisão acertada. “Eu penso que essa é uma decisão acertada, com todas aquelas restrições, as ressalvas, a gente sabe, uma família está sofrendo porque perdeu um ente querido, há uma moça que ficou ferida, mas, gente, nós não podemos deixar de esquecer, foi um acidente de trânsito até que se prove o contrário”, disse.

"Juiz sensato", diz defesa ao livrar da cadeia estudante de medicina que atropelou e matou corredora em CG
O jovem saiu em silêncio ontem da prisão acompanhado do advogado (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Primeiro pedido negado

No último dia 11, a Justiça havia negado um pedido de liberdade impetrado pela defesa. Mas o estudante acabou ganhando a liberdade provisória com algumas medidas cautelares.

“Concedo a liberdade provisória para responder ao processo em liberdade, sob o compromisso de comparecer sempre que necessário aos atos do processo, de não mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência sem comunicar ao juízo.

Diante das particularidades do caso, necessária, ainda, a suspensão da habilitação para condução de veículo automotor, proibido o Paciente, sob as penas do art. 312, parágrafo único, do CPP, de dirigir veículo automotor durante o curso do processo e de frequentar bares e estabelecimentos congêneres, onde se promova a venda e consumo de bebidas alcoólicas”, diz a decisão.

Contudo, o caso, que ganhou grande repercussão, já possui data para audiência. Está prevista para ocorrer no dia 24 de abril, às 13h30, e no dia 13 de maio, às 16h30, com oitiva das testemunhas de acusação e defesa e, se encerrada, interrogatório na mesma data.

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Vídeo da audiência de custódia, que ocorreu no dia 16 de fevereiro, mostra o estudante de medicina aos prantos ao ouvir a decisão do magistrado no Fórum de Campo Grande.

Nas imagens, é possível ver o estudante de cabeça baixa e, quando ouve a decisão do juiz, vai aos prantos. Ele estava embriagado quando dirigia o carro e acabou atropelando Danielle, que treinava para uma maratona com um grupo, na MS-010.

"Juiz sensato", diz defesa ao livrar da cadeia estudante de medicina que atropelou e matou corredora em CG
Motorista em audiência de custódia na manhã deste domingo. (Foto: reprodução)

Motorista desorientado

A publicitária Gisele Dias praticava corrida com a vítima e estava no grupo que treinava na manhã daquele sábado, 15 de fevereiro.

“Ele (o motorista embriagado) falava que estava indo para a casa dele, falava que morava em Campo Grande, outra hora ele falava que morava perto da Santa Casa, outra hora falava que morava perto do shopping, e a gente estava indo a Rochedo, estávamos a 7 km de Campo Grande”, detalhou a atleta.

“Ele (o motorista) estava muito distante de onde ele pensava que ele estava indo, totalmente sem noção de qualquer coisa”, completou Gisele.

“Não deveriam ser só crimes hediondos que deveriam ser inafiançáveis. Isso foi um crime hediondo, gente, precisa ser revisto isso. Não dá para a pessoa deliberadamente se embriagar, pegar o carro, sair, atropelar uma pessoa, matar uma pessoa, depois voltar para casa e seguir a vida dele. O rapaz estava extremamente embriagado”, desabafou.

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