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Mães da Fronteira recorre ao Legislativo para bloquear “porta do crime”

01/07/2015 07h30

Mães da Fronteira recorre ao Legislativo para bloquear “porta do crime”

ALMS

“Somos a porta dos fundos que ninguém quer olhar, a parte suja que ninguém quer pôr a mão”, declarou Lilian Silvestrini de Araújo, fundadora da Associação Mães da Fronteira. Em um discurso na sessão plenária desta terça-feira (30/6), ela pediu apoio dos parlamentares para impulsionar ações que aumentem a segurança na região fronteiriça de Mato Grosso do Sul.

“Hoje estamos vulneráveis a sermos vítimas de qualquer tipo de crime em razão de o Mato Grosso do Sul fazer fronteira com a Bolívia e o Paraguai”, ressaltou Lilian. Em 2012, a Associação Mães da Fronteira foi criada por Lilian junto de Ângela Fernandes depois que elas tiveram os filhos Breno Luigi Silvestrini de Araújo, de 18 anos, e Leonardo Batista Fernandes, 19 anos, brutalmente assassinados por um grupo que roubava veículos para levar até a fronteira em troca de drogas.

Segundo Lilian, crimes como o que levou Breno e Leonardo são estimulados e facilitados pela insegurança na fronteira. “Nossas cidades fronteiriças não oferecem aos cidadãos as condições mínimas para viver obrigando jovens a buscarem alternativas ilegais e os traficantes, por sua vez, vão se apossando das cidades e desses menores para disseminar o crime”, afirmou.

O Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) foi enfatizado por Lilian como uma das saídas para bloquear a entrada das drogas no Estado. No entanto, ela lamentou o possível corte de verbas que poderá prejudicar o andamento do projeto. “Peço o apoio dos deputados em nome do meu filho que foi ceifado aos 18 anos por culpa do tráfico internacional”, lamentou. “Somos todos iguais e a fronteira a qual estamos submetidos hoje não é a geográfica. É a fronteira da decência, pela vida, pelo respeito. Esse é um assunto que transpassa qualquer questão partidária”, completou.

Foto: Wagner Guimarães ALMS

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