De acordo com dados do projeto SIGA-MS, a Aprosoja/MS informa que o fechamento da safra de milho, apontou para uma produção de mais de 8 milhões de toneladas, em mais de 2 milhões de hectares, com produtividade média ponderada de 67,05 sacas/hectare, em Mato Grosso do Sul.
Os dados foram divulgados no boletim desta terça-feira, que mostra com detalhes os resultados da segunda safra de milho.
“Mais de 50 cidades de Mato Grosso do Sul produziram abaixo da média. A situação do produtor rural que já não era das melhores com a primeira safra 2023/2024, se agravou com a safra de milho. Muitos agricultores solicitaram renegociação das dívidas com os bancos para que pudessem ter fôlego para a primeira safra 2024/2025”, pondera o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc
De acordo com o documento, a região norte, que inclui as cidades de Alcinópolis, Aparecida do Taboado, Costa Rica e Chapadão do Sul, foi a que apresentou a maior produtividade. A média ponderada na região foi de 110,64 sc/ha, que representa aproximadamente 10,6% da área monitorada pelo projeto SIGA-MS; na região central, a média ponderada foi de 67,3 sc/ha, o que corresponde a cerca de 20,9% da área acompanhada pelo SIGA-MS; e 60,22 sc/ha na região sul, que abrange aproximadamente 68,5% da área de cultivo monitorada pelo projeto.
Mato Grosso Sul destinou mais de 2 milhões de hectares para a segunda safra de milho 2023/2024, e produziu mais de 8 milhões de toneladas do cereal. O clima foi decisivo para a queda na produtividade das lavouras. O estresse hídrico impactou mais de 800 mil hectares no Estado, e fez compdi que Mato Grosso do Sul registrasse a 3ª pior produtividade dos últimos 10 anos.
“A queda de potencial foi causada pelo estresse hídrico nas principais regiões produtoras do estado, como o centro e o sul, que juntas representam 89,4% da área de milho na 2ª safra. Nessas regiões, houve municípios que produziram entre 0 e 86,9 sc/ha. Ao analisar os municípios dessas áreas, observa-se que o tamanho da área influencia negativamente a produtividade. Municípios-chave como Dourados e Ponta Porã, que representam 8% da área cada um, apresentaram uma média entre 57 e 62,1 sc/ha. Em contraste, os municípios de Rio Brilhante, Sidrolândia e Maracaju, que juntos representam 26% da área, mostraram uma produtividade média mais elevada, variando entre 71 e 86,9 sc/ha”, explica o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta.
Houve uma drástica redução na produção do milho 2ª safra 2023/2024 em Mato Grosso do Sul. Os produtores iniciaram a semeadura em janeiro de 2024, concluindo-a em maio de 2024, três semanas após o ciclo anterior. A baixa pluviometria entre janeiro e julho resultou em uma significativa redução do potencial produtivo, afetando os períodos fenológicos mais suscetíveis ao estresse hídrico.
“A produtividade média de 67,05 sc/ha impacta diretamente o fluxo de caixa dos produtores, dificultando investimentos em suas propriedades e a manutenção da sustentabilidade no cultivo. Ao cruzar os dados do custo de produção no estado, que é de 122 sc/ha para cobrir todas as despesas, fica claro que o produtor que iniciou o plantio do milho como abertura para a área de soja está totalmente descapitalizado com essa média. Por outro lado, o produtor que plantou soja na safra 2023/2024 contou com o amortecimento dos custos, especialmente com fertilidade, resultando em um custo de 89,72 sc/ha, ainda assim alto para a média estadual”, finaliza Michelc.