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sábado, 25 de janeiro, 2025
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Monumento das Piraputangas, em Bonito, é revitalizado com minucioso trabalho de Cleir

Um dos principais cartões-postais do Brasil, Bonito, cidade turística localizada em Mato Grosso do Sul, a 260 km de Campo Grande, se destaca no ecoturismo por suas belezas naturais, que atraem turistas de todo o mundo.

Apesar de jovem, a cidade, que completou 76 anos em outubro passado, tem uma ampla bagagem histórica, graças à sua natureza. Além de fazer parte do bioma do Cerrado, Bonito inclui uma porção da Mata Atlântica, como a Serra da Bodoquena. Banhada pelo Rio da Prata, Rio Formoso e Sucuri, entre outros, a região encanta pelas grutas, balneários, culinária típica e a perfeita sintonia com a fauna, que compartilha espaço com o turismo, resultando em experiências únicas.

As paisagens que atraíram 290 mil visitantes em 2024, segundo o Observatório do Turismo e Eventos de Bonito. A cidade, é palco cultural durante o Festival de Inverno de Bonito, evento anual que fortalece a música e as artes e tem como cenário principal a Praça da Liberdade, um dos pontos turísticos da cidade, que ganha mais beleza com o Monumento das Piraputangas, obra de arte do ano de 2007, assinada pelo artista plástico Cleir e que recentemente passou por revitalização.

Com quase 20 anos, a escultura de 8,5 metros apresenta duas Piraputangas em um espelho d’água, representando o movimento dos peixes típicos dos rios da região e o trabalho minucioso do artista, resgatou suas cores e fortaleceu sua representatividade. “Bonito é num cartão-postal e esse monumento é um dos mais visitados do Estado, com certeza. Manter a praça e a obra conservados é uma forma de reforçar a relevância da arte, da cultura, do turismo e da fauna dessa cidade encantadora”, revela Cleir.

Esta é a sexta revitalização que a obra recebeu ao longo dos anos, sendo a mais recente em 2021. Para este trabalho, finalizado nos últimos dias de 2024, Cleir reparou danos causados pela ação do tempo e trabalhou tonalidades que dessem ainda mais beleza aos peixes, que antes de receber a cor final dourada, foram preparados com tons de vermelho e marrom na base. “Foi um trabalho minucioso, onde eu iniciava no nascer do dia e finalizava com o pôr do sol. Os reparos são precisos, para que as características originais sejam respeitadas e a obra mantenha sua principal função, que é de encantar. Agradeço a confiança da Prefeitura de Bonito e da população, sempre receptiva e engajada com a conservação da obra que representa a cidade”, avaliou o artista.

Para o prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues, o monumento é parte da cultura local e mantê-lo conservado é uma forma de manter a identidade da cidade para os moradores e turistas. “Os peixes já estavam com alguns danos, tanto na parte estrutural, quanto na pintura, perdendo a cor e ficando um pouco apagados, por isso decidimos realizar uma nova revitalização e para isso contamos com o Cleir, que é quem criou a obra e, portanto, manteria a identidade original. O Monumento Piraputangas é importante cartão postal de Bonito, já é parte da identidade visual da nossa cidade, sendo reconhecido em qualquer lugar do país, então não podemos deixar que se deteriore”, afirmou o gestor.

Inaugurada em 2007, a obra já existia no imaginário do criador muito tempo antes. Cleir conheceu a cidade em 1982, onde ‘mergulhou’ não apenas nos rios, mas também na cultura local. Em 2001, de volta a uma nova Bonito, o artista notou as pessoas interagindo com as Piraputangas no balneário. “Desde esse momento decidi apresentar um projeto baseado nessa interação. Estudei muito e após isso, foram cinco anos em busca de investimento para tornar o sonho realidade”, conta Cleir que hoje celebra a valorização da obra.

Homenagem à cidade

Além do Monumento das Piraputangas, o artista assina outra obra na cidade. No ano de 2014, Cleir fez a escultura O Caramujo, localizada no Aquário Natural Baía Bonita. A escolha da obra foi devida aos caramujos serem parte natural desse ecossistema e desempenharem um papel importante na cadeia alimentar e na saúde do ambiente aquático.

Sobre o artista

Com mais de 35 anos de carreira e obras em Mato Grosso do Sul (entre esculturas e painéis) em Campo Grande, Bonito, Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã, Rio Verde de Mato Grosso, Bodoquena, Aquidauana, Ladário e Bataguassu, Cleir ama abordar a fauna regional.

No Estado, destacam-se obras como: Monumento Pantanal Sul (Tuiuiús do Aeroporto), em Campo Grande; Monumento do Sobá, em Campo Grande; Praça das Araras, também na Capital; Deusa da Justiça, em Campo Grande; Monumento Vale das Águas, em Bodoquena; Garça Branca, em Rio Verde; Índia Terena, em Aquidauana; Escultura Dourado, em Ladário; Monumento Tucunarés, em Bataguassu; Monumento das Piraputangas, em Bonito; Museu de Bataguassu; painéis da Arara Vermelha e Papagaio Verdadeiro, localizados há mais de 20 anos no Edifício 26 de Agosto, em Campo Grande e restaurados em 2019 pelo artista; Projeto Capivara Urbana, entre várias obras particulares, painéis e esculturas.

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