A promotora Daniella Costa, do MPE-MS (O Ministério Público Estadual de MS), abriu inquérito civil para investigar o atendimento oferecido no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.
A representante do MPE-MS investiga entre ao menos cinco acusações, principalmente as últimas ou diversas mortes ocorridas sob suspeitas neste ano, e, com isto a falta de profissionais no Hospital Regional de CG.
A promotora determinou vistoria no hospital e deu 20 dias para que o secretário de Saúde, Maurício Simões, preste esclarecimentos sobre a situação, ante inquérito que tem como base denúncia de irregularidades no setor de pediatria do HR-CG.
As denúncias apontam que foram relatados os seguintes problemas:
a) óbitos de crianças pela ausência de medicamentos e assistência adequada;
b) insuficiência de profissionais;
c) ausência de insumos;
d) aparelho de tomografia estragado;
e) sujeira e falta de manutenção.
Denúncias a meses
Em fevereiro deste ano, a promotoria já havia recebido reclamação da situação crítica do Hospital Regional. A denúncia apontava falta de RH para atendimento no hospital, especialmente de técnicos de enfermagem e enfermeiros em todos os setores.
O denunciante estimava a falta aproximada de 300 profissionais (entre técnicos e enfermeiros) para prestar uma assistência de qualidade aos pacientes. Segundo denunciante, pacientes estavam desassistidos por falta de profissionais, já que em determinados setores havia falta de quase a metade do número de enfermeiros e técnicos preconizado pelo serviço, em atendimento ás regras do COFEN.
“Os profissionais estão extremamente sobrecarregados, já que não suportam mais fazer horas extras, que além de cansativas, são mal remuneradas”, relatou.
Segunda denúncia, havia constantes faltas de medicamentos e insumos no hospital, incluindo soro fisiológico de 100ml, seringas de 10ml, cateter de punção venosa de números 20, 14, 16, além de luvas P, sinvastatina comprimido, materiais de curativo (dersani, placas de hidrogel, compressas, gaze, dorexidina para higiene oral).
“Sobre a alimentação fornecida aos pacientes e funcionários, esclarece que frequentemente a empresa FCA encaminha marmitas com alimentos deteriorados, que são dispensados pelos próprios pacientes e funcionários diante da impropriedade para consumo. Esclarece que antes da terceirização do setor de nutrição, os alimentos eram melhor preparados”, diz parte da denúncia.
Concurso
Em janeiro deste ano o Governo do Estado lançou concurso público com 279 vagas para o Hospital Regional. A segunda etapa do concurso foi realizada na semana passada.