O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), por meio de seu Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta quarta-feira (24), uma nova ação operacional advinda de operação que já foi as ruas contra um grande esquema de trafico de drogas, a partir de Mato Grosso do Sul para ou com mais cinco Estado na estrutura criminosa. Hoje, como Operação Last Chat, o MPE faz uma mega ação em duas cidades de MS e outros dois Estados.
Conforme o MPE-MS, a quadrilha além do trafico, ‘trabalha’ em outros ramos de crimes pesados. Assim, esta operação ‘Last Chat’ é desmembramento da Operação Courrier, que hoje visa o cumprimento de 55 mandados judiciais, entre prisão preventiva & busca e apreensão, em Campo Grande e Ponta Porã, e ainda São Paulo/SP e em Fortaleza/CE.
“A polícia tenta desmantelar uma organização criminosa altamente estruturada que opera no tráfico de drogas em cinco Estados da Federação, desde o interior dos presídios, contando com uma rede sofisticada de distribuição e vários integrantes e apoiadores já identificados (aproximadamente 40), entre os quais policial militar, servidor público municipal e três advogados”, aponta o MPE-MS, via Gaeco.
O Gaeco explica que simultaneamente ao tráfico de drogas, a quadrilha, altamente estruturada, atua ainda em outros e até muitos ramos do crime ‘pesado’ pelo Brasil.
“A organização criminosa atua fortemente no comércio ilegal de armas de grosso calibre, como fuzis e submetralhadoras, além de granadas, munições, acessórios e outros materiais bélicos de uso restrito. Bem como na lavagem do dinheiro relacionado aos crimes, para a qual se utiliza de diferentes métodos, como a constituição de empresa fictícia, uso de contas bancárias de terceiros, aquisição de veículos de alto valor econômico em nome de terceiros (Porsche, caminhões etc.), entre outros”, diz a nota do Gaeco.
À procura do chefão
Segundo a investigação, as atividades do grupo criminoso são coordenadas por Rafael da Silva Lemos (“Gazela” e/ou “Patrão”), contra quem pesam condenações criminais que somam mais de 49 anos de prisão.
“Para liderar organização criminosa complexa do interior do sistema penitenciário, servia-se ora do uso ilícito de aparelhos celulares, ora de entrevistas reservadas com advogados que se prestavam a repassar os comandos criminosos aos diversos integrantes do grupo”, diz o Gaeco.
As investigações tiveram início a partir da análise de aparelho celular apreendido em posse de uma advogada presa durante a Operação Courrier, mas beneficiada com prisão domiciliar dias depois, a quem, segundo a denúncia , o líder contatava por mensagens para a prática de obstrução de investigações, lavagem de dinheiro, corrupções, entre outros crimes.
“No transcorrer dos trabalhos, foi possível identificar mais de 4 toneladas de maconha, mais de 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil de calibre 762 e pistolas cal. 9mm, pertencentes à organização criminosa, apreendidos em ações policiais. De acordo com levantamento realizado pelo GAECO, as apreensões geraram um prejuízo ao crime organizado superior a R$ 9 milhões”.
Foragido
Rafael da Silva Lemos está foragido desde o dia 27.12.2023, quando fugiu do sistema penitenciário (Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados – EPMRSA-D), durante deslocamento para consulta médica, permanecendo até o momento procurado pela Justiça.
Informações sobre o paradeiro do foragido poderão ser informadas à Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (telefones: “127” e “0800-999-2030” – internet: mpms.mp.br/ouvidoria).
O nome, Last Chat (tradução livre: último bate-papo), alude ao esperado encerramento do contato até então mantido entre os integrantes presos e o mundo externo, por efeito da Operação.