Com investimentos estratégicos e programas voltados para a inovação, Mato Grosso do Sul se posiciona como o terceiro estado do Brasil em número de empreendimentos inovadores por milhão de habitantes, atrás apenas de Rio Grande do Sul e Rondônia. A informação é do Centro de Liderança Pública (CLP), com base no ranking de competitividade dos estados.
O levantamento considerou a quantidade de aceleradoras, incubadoras, parques tecnológicos e científicos vinculados à Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
Programas impulsionam inovação e empreendedorismo
Projetos como o Tecnova e o Centelha, geridos pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), têm sido fundamentais para o fomento à inovação no estado. O Tecnova incentiva empresas a desenvolverem produtos e serviços tecnológicos, enquanto o Centelha estimula a criação de startups e a disseminação da cultura empreendedora.
Para a pesquisadora Denise Bretan, farmacêutica e professora da UFMS, o apoio do governo é decisivo. Denise é cofundadora da Arandu Biotecnologia, empresa que desenvolveu um corante natural e sustentável a partir de microrganismos pantaneiros. “Esses recursos nos permitem finalizar estudos, entrar no mercado e gerar renda. O Governo do Estado está promovendo uma mudança de cenário que terá um impacto positivo a longo prazo”, afirmou.
O corante desenvolvido pela Arandu tem potencial para os mercados alimentício, cosmético e têxtil, sendo caracterizado por sua cor intensa, estabilidade e tecnologia limpa.
Inclusão social e inovação caminham juntas
Além de projetos tecnológicos, o apoio à inovação também está transformando vidas em áreas sociais. A startup República das Arteiras, idealizada pela antropóloga Ivani Grance, reúne costureiras e consumidores em uma plataforma colaborativa. Criada durante a pandemia, o projeto recebeu investimentos do governo e hoje conta com 145 costureiras em Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
O projeto conecta consumidores que buscam serviços personalizados, como moda autoral e peças sob medida, a costureiras especializadas, preenchendo uma lacuna de mercado. “A ideia surgiu da dificuldade que consumidores têm de encontrar serviços específicos, como moda para corpos diversos ou projetos culturais. Hoje, trabalhamos em um modelo colaborativo que transforma vidas”, explicou Ivani.
Impacto transformador
Nalva Santos, 52 anos, é um exemplo do impacto do projeto. Após deixar o emprego em uma confecção, ela começou a trabalhar de forma independente no bairro Nova Lima, em Campo Grande. Ao integrar a República das Arteiras, viu sua vida mudar.
Hoje, Nalva possui um ateliê em um dos pontos mais valorizados de Campo Grande, empregando outras três costureiras. “Minha autoestima cresceu junto com meu negócio. Quando estava pronta para desistir, a República das Arteiras me deu a força que eu precisava. Agora, posso dizer que tenho sucesso”, afirmou.
Mato Grosso do Sul: um polo de inovação
Com iniciativas que vão da ciência à inclusão social, Mato Grosso do Sul reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a inovação. A combinação de políticas públicas, investimentos estratégicos e apoio a empreendedores coloca o estado como referência nacional em inovação e competitividade.
