Um mercado de trabalho irreal ou superficial para quem se intitula profissional autônomo ou liberal em Mato Grosso do Sul. Os números apontam que em MS, 71% dos autônomos estão na informalidade, onde de 300 mil trabalhadores por conta própria observados em levantamento em 2023, apenas 29% possuía algum vinculo de registro, como o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). Contudo, isto ainda pode ser comemorado, pois se contabilizou um aumento na demanda de inclusão no CNPJ.
A realidade de MS, em sexto no ranking nacional, vem do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou nesta sexta-feira (21), a edição de 2023 da Pnad Contínua (Características Adicionais do Mercado de Trabalho). O levantamento revela importantes dados sobre a força de trabalho em Mato Grosso do Sul, destacando o aumento no registro de CNPJ entre trabalhadores por conta própria e empregadores.
Em 2023, 29% dos 300 mil trabalhadores por conta própria em Mato Grosso do Sul possuíam registro no CNPJ, um crescimento em relação aos 27,7% de 2022 e aos 14,3% de 2012. Isso representa um aumento consistente ao longo dos anos, evidenciando uma tendência de formalização entre esses profissionais, no entanto, a esmagadora maioria de 71% estão trabalhando por conta própria de maneira informal.
A nível nacional, o Estado ocupa a sexta posição entre as unidades da federação com maior percentual de trabalhadores por conta própria registrados, sendo superado por Estados de ampla economia como Rio Grande do Sul (38,2%) e Santa Catarina (37,2%), que lideram o ranking.
Homens e mulheres
A pesquisa também aborda a distribuição por gênero entre os trabalhadores por conta própria. No Estado, 191 mil homens trabalham por conta própria, dos quais 29,3% têm CNPJ. Entre as 109 mil mulheres nessa condição, 27,5% possuem CNPJ. Embora a diferença percentual seja pouca, há uma ligeira vantagem para os homens na formalização.
O estudo também destaca o aumento no percentual de empregadores com CNPJ. Em 2023, dos 78 mil empregadores, 83,3% possuíam registro, comparado a 78,8% em 2022 e 76,9% em 2012.
Este crescimento reflete uma maior formalização dos negócios no estado, que ocupa a nona posição no ranking nacional de empregadores registrados. Santa Catarina lidera com 91,4%, seguido por São Paulo com 87,9%, enquanto Sergipe apresenta o menor índice com 57,1%.
Na distribuição por gênero, dos 78 mil empregadores em Mato Grosso do Sul, 51 mil eram homens e 27 mil mulheres. Nesse caso, o nível de registro entre as mulheres é significativamente superior. Entre os homens, 80,4% possuem registro no CNPJ, enquanto entre as mulheres, esse percentual sobe para 88,9%.