05/11/2014 19h30
MS tem a maior incidência do Centro-Oeste em casos de câncer de próstata
Dourados News
Um a cada seis homens no Brasil sofrem de câncer de próstata, que é o segundo tipo da doença mais incidente sobre a população masculina. Este ano, a projeção do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para novos casos diagnosticados chegou a 68.800, em todo o país, o que representa uma incidência de 70,42 casos para cada 100 mil habitantes.
Em Mato Grosso do Sul, a realidade é alarmante, ainda conforme dados do Inca. O Estado lidera a região Centro-Oeste com a maior taxa de incidência deste tipo de câncer, com estimativa de 82,92 casos para cada 100 mil habitantes. A projeção divulgada em fevereiro deste ano é para um total de 1.020 novos casos diagnosticados em 2014 no Estado.
Só para se ter uma ideia do quanto a incidência em Mato Grosso do Sul preocupa, a média para toda a região Centro-Oeste é 62,55 casos por 100 mil habitantes, somando um total de 4.580 novos casos de câncer de próstata diagnosticados este ano.
Em meio aos homens sul-mato-grossenses o câncer de próstata fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma, que teve uma estimativa de 1.360 novos casos diagnosticados em 2014 com incidência de 110,60 para cada 100 mil habitantes.
As taxas brutas de incidência nos demais Estados do Centro-Oeste que estão atrás de Mato Grosso do Sul são: Mato Grosso com 980 novos casos e incidência de 59,97 para cada 100 mil habitantes; Distrito Federal com 780 novos casos e incidência de 58,11 para cada 100 mil habitantes; Goiás com 1.800 novos casos com incidência de 57,80 para cada 100 mil habitantes;
Doença ‘rouba’ aproximadamente 7 anos de vida do homem
Conforme a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) a partir de 50 anos todo homem deve fazer o exame periódico. Se houver histórico familiar e se a pessoa for negra ou obesa, a recomendação é procurar um urologista a partir dos 45 anos. O câncer de próstata ‘rouba’ do homem aproximadamente anos de vida na comparação com as mulheres e isso ocorre porque eles não se cuidam.
“O objetivo de campanhas como o Novembro Azul é justamente derrubar mitos e fazer com que o homem se preocupe mais com a própria saúde, o que é uma barreira de certo modo cultural. A menina cresce vendo a mãe sempre procurando o médico e tendo um acompanhamento preventivo. Já menino cresce vendo o pai passando a imagem de que é um super heroi, um ser intransponível. Homens não se cuidam historicamente, mas esse pensamento está mudando”, avaliou o delegado da SBU em Mato Grosso do Sul, Fernando Coutinho Pereira.
O delegado da SBU ressaltou que quando o diagnóstico é precoce, a chance de cura é de 90%. A maior barreira continua sendo o exame de toque, que junto de um exame de sangue específico (chamado PSA), segue como a maneira mais fundamental e eficaz de se rastrear a doença.
“O câncer de próstata tem a progressão da doença mais lenta quando se faz o diagnóstico precoce. É diferente câncer de mama, no sentido da agressividade. O câncer de mama quando está bem no início tem a evolução da doença de modo muito rápido. Precisamos que os homens tenham a mesma conscientização das mulheres e também o mesmo incentivo de políticas públicas que elas recebem, pois geralmente o paciente já chega com a doença avançada e isso é muito preocupante. É uma doença grave, que precisa de diagnóstico rápido e tratamento adequado, porque mata. O homem precisa entender que não é super heroi”, alertou o urologista.
A campanha Novembro Azul é realizada há cinco anos em uma parceria da SBU e do Instituto Lado a Lado (Organização Não Governamental). O objetivo é orientar a população masculina sobre a importância do exame de toque retal e PSA para diagnóstico precoce do câncer de próstata.
