O setor de celulose de Mato Grosso do Sul vai receber mais uma mega fábrica. Com dois produtos totalmente inéditos em fabricação no portfólio industrial de MS, o cloreto de sódio e o peróxido de hidrogênio, a empresa Nouryon Pulp And Performance Indústria Química Ltda vai instalar uma indústria em Ribas do Rio Pardo. O anúncio foi feito hoje (04) pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, durante o 54° Congresso de Celulose e Papel da ABTCP em São Paulo.
O empreendimento com investimento de R$ 406 milhões atenderá o “Projeto Cerrado”, fábrica de celulose da empresa Suzano, naquele município e funcionará dentro da planta. A área necessária para implantação da empresa será de 7,27 hectares com construção em 2,73 hectares.
Para o governador Reinaldo Azambuja, o investimento é fruto da política de incentivos fiscais e, principalmente, da confiança conquistada por Mato Grosso do Sul. “Desde 2015 implantamos a política de trocar impostos por empregos. Abrimos mão dos tributos e, além dos incentivos fiscais, que são importantes, existe uma confiança. O investidor não vem para um Estado se ele não tem segurança jurídica, se ele não confia nos termos assinados”, disse.
“Essa nova indústria, em Ribas do Rio Pardo, vai gerar empregos e movimentar a economia. Ultrapassamos R$ 55 bilhões em investimentos privados, em todas as áreas. Não somos mais do binômio soja-boi. Somos o Estado que diversificou a economia, multiplicou as atividades industriais e gerou emprego, renda e oportunidade para as pessoas de Mato Grosso do Sul”, acrescentou o governador.
O secretário, acompanhado do superintendente de Indústria e Comércio Bruno Bastos e de Agricultura, Rogério Beretta, recebeu o presidente da empresa Antônio Carlos Francisco e o controlador financeiro Renê Kachan no estande da Semagro no evento.
De acordo com o presidente da Nouryon, Antônio Francisco, a unidade vai produzir clorato de sódio, peróxido de hidrogênio, dióxido de cloro e hidrogênio. “São produtos que promovem o branqueamento da celulose. Muitas pessoas não sabem, mas a celulose tem a cor marrom quando sai da fábrica”, explicou.
A indústria que recebeu incentivos.do Governo do Estado por meio do Pro-Desenvolve vai gerar 60 empregos diretos em 2024 e 72 empregos de 2025 em diante. A planta de peróxido de hidrogênio terá capacidade industrial de produção de 38 mil toneladas/ano.
Francisco salientou que a Nouryon, já tem atividade em MS (antiga Akzo Nobel), com unidades industriais detentoras instaladas nos sites da Suzano e Eldorado, ambas em Três Lagoas, para a produção de dióxido de cloro e atendimento exclusivo às fábricas de celulose. “A novidade é que esta será a maior planta da Nutryon no Brasil destes produtos” enfatizou.
A chegada de mais este empreendimento no Estado mostra a força do segmento. “A implantação da Nutryon em Ribas do Rio Pardo é estratégica para MS, pois a planta poderá atender não só a Suzano, mas também outras fábricas de celulose no Estado ou fora dele. Isso vai tornar MS um player importante na fabricação de produtos químicos voltados à produção de celulose, adensando nossa indústria de base florestal”, afirmou o secretário de Produção Jaime Verruck.
Outro ponto citado pelo titular da Semagro é que futuramente a indústria produzirá o hidrogênio verde. Apontado como a fonte de menor emissão potencial de carbono, o hidrogênio pode ser produzido através da eletrólise, utilizando a energia elétrica gerada no próprio processo produtivo de alguns tipos de indústria. No setor de celulose, por exemplo, a energia elétrica é produzida através da queima da biomassa, ou seja, há uma fonte renovável para a produção de energia elétrica e, por consequência, para a produção de hidrogênio, que, dessa maneira, é classificado como Hidrogênio Verde (H2V).
“O hidrogênio verde seria mais uma evolução dentro do projeto do MS obter a certificação de status de Carbono Neutro em 2030. Trata-se de um salto tecnológico que vai elevar a indústria estadual a um novo patamar de sustentabilidade”, acrescentou.
Produto inédito
O presidente da Nutryon explicou que a fábrica usará eletricidade renovável da nova fábrica de celulose da Suzano para produzir clorato de sódio.
“O clorato de sódio é um agente oxidante, usado para produzir dióxido de cloro para branqueamento da polpa de celulose. Ele é usado como um componente no processo de branqueamento, sendo uma etapa importante no processo de fabricação de celulose branqueada”, explicou.
Além do clorato que é inédito, existem também poucas fábricas no Brasil de peróxido de hidrogênio, correspondendo a uma novidade na matriz industrial do Estado. Tais plantas fabris são, por vezes, operadas remotamente, com uso intensivo de tecnologia e inovação. São fábricas modernas que trazem agregação de valor à nossa indústria local”, concluiu.