Uma mulher de 31 anos foi presa, ontem (14), por exercer ilegalmente a atividade de medicina. Segundo a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (DECON), responsável pela investigação, ela prestava serviços de estética, mas usava produtos de uso restrito, proibidos no Brasil e até mesmo considerados perigosos.
A sala usada para atendimento dos pacientes, no bairro Vila Piratininga, foi interditada. No local, os policiais apreenderam agulhas, ácidos e substâncias proibidas no Brasil, como o Lipostabil, utilizado ilegalmente para fins de emagrecimento.
As investigações tiveram início após um alerta da Vigilância Sanitária Municipal, que apontou que a mulher estaria aplicando ácido botulínico, ácido hialurônico e, possivelmente, PMMA, substância de uso restrito e altamente perigosa. As autoridades descobriram ainda que ela fazia o descarte irregular de materiais contaminantes.
Para escapar das autoridades, ela se mudava constantemente de endereço, permanecendo no máximo três meses em cada local. Apesar disso, os investigadores passaram a monitorar clientes que procuravam serviços estéticos como aplicação de cílios, unhas e tratamentos capilares.
Ainda segundo a DECON, os preços cobrados pelos procedimentos levantaram a suspeita de hiperdiluição dos produtos, prática que compromete ainda mais a segurança dos pacientes. No entanto, durante a ação, foram localizadas notas fiscais dos insumos, o que afastou, por ora, a hipótese de furto.
Logo, a equipe conseguiu identificar o novo endereço da autora e efetuou a prisão em flagrante, após realizar um procedimento conhecido como Skinbooster, de uso exclusivo por profissionais médicos. A esteticista vai responder por expor a saúde de terceiros a risco, induzir consumidores a erro e vender produtos impróprios para o consumo.