24/10/2019 17h33
Por: Agência ALEMS
Preocupado com o futuro dos trabalhadores do País, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) subiu à tribuna nesta quinta-feira (24) para falar sobre a Proposta de Emenda Constitucional 6/2019, conhecida como a Reforma da Previdência. “Nos anos anteriores já falei desse tema na tribuna, sempre me manifestando de forma crítica. O texto aprovado ontem [23] não combate privilégios, mas sim prejudica os trabalhadores. Boa parte das famílias brasileiras sobrevive graças ao salário de um aposentado. Aqui no Estado temos um exemplo, as comunidades indígenas”, declarou Kemp.
“Retira ainda mais os direitos dos pobres, e toda vez que se fala que o mercado reagiu bem e as bolsas estão em alta devido a aprovação da Reforma da Previdência, é a prova cabal de que ela não é tão boa assim para a classe trabalhadora, ela é boa sim para o capital financeiro e para os bancos que vão conseguir lucrar com tudo isso”, considerou o deputado Pedro Kemp. O deputado ainda citou alguns pontos contidos na PEC 6/2019, que é uma iniciativa da União, com autoria da Câmara dos Deputados e segue agora à promulgação. “Agora foi criada uma idade mínima de aposentadoria, que será de 62 anos para as mulheres, e de 65 para homens. O tempo mínimo de contribuição será de 15 anos para as mulheres e 20 anos para homens. Infelizmente a população só vai sentir daqui a alguns anos e entender o desastre que foi essa reforma”, explicou.
Pedro Kemp também considerou injusto o novo cálculo do valor da aposentadoria. “O cálculo do valor da aposentadoria é um dos pontos mais prejudiciais em todo o texto da proposta. O valor da aposentadoria será calculado com base na média de todo o histórico de contribuições do trabalhador , que terá direito a apenas 60% do valor integral ao atingir o tempo mínimo de contribuição para ambos os sexos. É absurdo, para ter direito a 100% da média dos salários, a mulher terá que contribuir por 35 anos e o homem, por 40 anos. Outra coisa, é uma falácia que a Previdência Social é o que quebra o País, o problema real do Brasil é o pagamento dos juros da dívida pública”, concluiu.
O deputado Cabo Almi (PT) afirmou que é difícil ser otimista em relação às reformas que estão sendo feitas pelo Governo Federal. “Precisamos ser otimistas para o bem o do País, mas diante deste cenário é difícil. Em relação à Reforma Trabalhista, ainda não vi números e resultados concretos sobre as privatizações e terceirizações. Quero também ver, como será na prática, o resultado de melhora do País, com a Reforma da Previdência. Estou muito preocupado”, registrou o parlamentar.
O deputado estadual Gerson Claro (PP) acredita que a Reforma da Previdência é necessária. “‘Não há como fazer omelete sem quebrar ovos’, esse ditado popular do interior demonstra o que está acontecendo no Brasil. Esta reforma tem sido debatida há anos, precisamos melhorar os números dos 50 milhões de pessoas na marca da pobreza e dos 14 milhões de desempregados no País. E provavelmente será feita outra reforma daqui a cinco anos. Temos uma previdência quebrada, entendo que a Reforma da Previdência poderia ser melhor, mas vou aguardar que o mercado aquecido gere empregos e a renda dos trabalhadores aumente”, antecipou.