Foi lançado nessa segunda-feira (27) o novo ‘Monitor da Violência Contra a Mulher’ (acesse aqui). A ferramenta eletrônica acompanha os dados registrados no Sistema Integrado de Gestão Operacional (SIGO) dos casos de feminicídio, estupro, violência e homicídio contra a mulher, além das medidas protetivas de urgência.
Pelos dados já disponíveis, somente neste primeiro mês de 2025 foram registrados 90 casos de estupro no estado. O site detalha o histórico desde 2015, sendo o ano de 2023 com mais registros deste tipo de crime, 2.494 ao todo. Na faixa etária, chama atenção que, no histórico geral, a maioria das vítimas tinha entre 0 a 17 anos.
Já com relação aos feminicídios, 2025 aparece sem nenhum caso no sistema até o momento. No histórico, o ano de 2022, com total de 44 vítimas, foi o mais fatal para as mulheres. Na faixa etária, a ampla maioria das vítimas tinha de 30 a 59 anos, somando 200 desde 2015, quando os dados passaram a ser contabilizados.
As vítimas de homicídios já somam duas neste ano de 2025, registrados em Guia Lopes da Laguna e Paranaíba. Ao longo dos últimos 10 anos, 2016 foi o que teve a maior quantidade de casos deste tipo de crime, com 99 ocorrências. A arma mais usada pelos autores está a faca, com 107 casos, sendo o cônjuge a maioria dos autores, com 87 identificados.
No item dedicado à violência doméstica, o monitor aponta para 1.442 casos neste ano. No histórico, 2023 foi o ano com mais registro, 20.812. A maioria dos casos aconteceu na própria residência das vítimas, sendo o autor o cônjuge. Nós tentamos acessar a aba que trata das medidas protetivas, porém, o site apresentou falha e não abriu.
A ferramenta é uma parceria entre a Sejusp e o TJMS, sendo importante para nortear ações preventivas e repressivas no enfrentamento à violência de gênero, bem como fomentar políticas públicas e subsidiar produção de conhecimento e pesquisa para o Sistema de Justiça e comunidade acadêmica.
O secretário em exercício de Justiça e Segurança Pública, Ary Carlos Barbosa, destacou que a ferramenta tem a capacidade de antecipar riscos e direcionar recursos de forma eficiente, contribuindo para a redução dos índices de violência, especialmente, nos casos de feminicídio.
“A implantação do painel representa um avanço significativo no enfrentamento à violência contra as mulheres, oferecendo uma visão abrangente e confiável da realidade e permitindo respostas mais rápidas, coordenadas e eficazes de monitoramento e análises dados sobre a violência contra as mulheres”, afirmou.
A desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, da Coordenadoria da Mulher do TJMS, e também idealizadora do Monitor, salientou que a violência contra a mulher é um fenômeno global, multifacetado e complexo que atinge as mulheres como um todo.
“A violência contra as mulheres se constitui uma grave violação dos direitos humanos, das mulheres e das meninas, afetando a dignidade, a integridade física e psicológica das vítimas e, no mais, às vezes, retira o bem jurídico mais importante que nós temos, que é a vida.”
