Com o fim do mandato de Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) se prepara para a eleição que irá definir um novo presidente. O edital de abertura do processe eleitoral interno já foi publicado e os dirigentes esportivos já estão se articulando na montagem das chapas.
Conforme o documento, a eleição, em turno único, ocorrerá no dia 1º de novembro e a posse será no dia 25 do mesmo mês. O mandato do eleito terá validade até 2027. A votação deve ocorrer de forma presencial no Memorial de Cultura Apolônio de Carvalho – Auditório do MIS – 3º andar, em Campo Grande.
P Artigo 13 do Estatuto da FFMS define que podem disputar o cargo aqueles que:
- não tenham condenação por crime doloso em sentença definitiva;
- não sejam inadimplentes nas prestações de contas de recursos públicos em decisão administrativa definitiva;
- não sejam inadimplentes nas prestações de contas desta Federação;
- não estejam afastados ou impedidos de ocupar cargos eletivos ou de confiança de entidade desportiva;
- que tenham reputação ilibada e reconhecida capacidade para o exercício cujo respectivo cargo exigir
Já o Artigo 14 ressalva ser necessário, especificamente para o cargo da presidência, que o candidato tenha experiência prévia na condição de presidente de clube profissional de futebol dentro do estado por, no mínimo, três anos. Os interessados devem formalizar a candidatura até a quinta-feira (17). Clique aqui e acesse o edital
O fim da era Cezário
Na segunda-feira (14), em assembleia extraordinária, os presidentes dos clubes e ligas filiadas decidiram por cassar o mandato do dirigente esportivo Francisco Cezário, acusando-o de provocar prejuízos financeiros à entidade.
Cezário esteve presidindo a FFMS há 28 anos, com uma série de mandatos reeleitos, o último destes seguia até 2027, porém, está afastado do cargo desde o dia 21 de maio do corrente ano, quando foi o alvo principal da Operação Cartão Vermelho, que apontou para um esquema de desvio de recursos públicos na entidade futebolística.
Aos jornalistas, o advogado de Cezário, Julio Cesar Marques, disse que o ex-dirigente não foi intimado para apresentar a defesa formal no prazo legal e também criticou como a assembleia extraordinária foi conduzida. Segundo ele, não houve uma investigação própria da FFMS sobre o caso, conforme prevê o estatuto. Ele deve recorrer.
Segundo o MPMS, Francisco Cezário liderava um esquema que desviou pelo menos R$ 6 milhões de recursos públicos firmados em convênios e outros repasses. Ele esteve preso por duas vezes ao longo dos últimos meses, atualmente faz uso da tornozeleira eletrônica e está impedido de ter contatos com a FFMS e outros investigados no caso.
O processo da Operação Cartão Vermelho, deflagrada em maio, segue em segredo de justiça e que, até o momento, Cezário e nenhum dos outros acusados foram julgados.