30/01/2015 09h30
O que aconteceria se você chegasse perto de um buraco negro?
NPR
Cientificamente, a descrição de um buraco negro diz que ele é o resultado da deformação do espaço-tempo, algo causado depois de um colapso gravitacional de uma estrela. Acredita-se que o centro desses buracos não possui tempo e espaço. Por isso eles são uma das coisas mais misteriosas que existem. O que sabemos, com certeza, é que seu poder é tão grande que nem a luz escapa — ela acaba sendo engolida. Mas o que aconteceria se nós pudéssemos chegar perto de um deles?
Apenas para questão de entendimento: não é o colapso de qualquer estrela que causa o buraco negro. Se isso fosse regra, o espaço seria recheado apenas desses buracos. Eles só aparecem após grandes estrelas colapsarem, grandes mesmo. Depois, elas causam supernovas gigantes e chegam a implodir. Então, ainda dependendo do seu tamanho, elas podem gerar estrelas de nêutron ou o buraco negro.
Já que eles são extremamente poderosos e sugam tudo ao seu redor, é fácil dizer que você morreria se chegasse perto. Você seria esmagado, esticado e rasgado em pedaços. Mas isso é óbvio. Então vamos pensar no que aconteceu até chegar a este ponto.
Primeiro de tudo: provável escuridão total, já que não há luz. Existe uma linha conhecida como horizonte de evento; nela, se você ultrapassá-la, não há mais volta. Você já está sendo puxado gravitacionalmente pelo buraco negro. Nessa hora, a luz começa a agir diferente também e, mesmo que você não esteja sendo sugado diretamente para o centro, há uma força que começa a dobrar tudo por ali.
Assim que o horizonte de evento for cruzado, seu corpo sofrerá um processo que podemos chamar de “espaguetificação”. É isso mesmo: sua massa corpórea afina e alonga, como um fio de macarrão. Este processo seguirá até você virar uma linha fina de matéria e quebrar em nível molecular.
Sobre o tempo, para você, ele passaria normalmente. Mas um observador mais distante veria seu corpo se esticando em “slow motion” e, assim que você passasse o horizonte de eventos, desapareceria. Como não há luz, a sua imagem também não existiria.