Levantamento da Febraban mostra que brasileiros usaram 138 milhões de cheques no ano passado
Apesar da revolução trazida pelos meios de pagamento digitais, como internet banking, mobile banking e, especialmente, o Pix, criado em 2020, o cheque ainda é utilizado no Brasil. Dados recentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que, em 2024, os brasileiros usaram 137,6 milhões de cheques. Contudo, a tendência de queda no uso desse meio de pagamento é clara: houve uma redução de 18,4% em relação a 2023.
Quando comparado a 1995, ano inicial da série histórica, a queda no uso é impressionante. Naquele ano, foram compensados 3,3 bilhões de cheques, enquanto em 2024 esse número caiu 95,87%. O levantamento é baseado nos dados da Compe (Serviço de Compensação de Cheques).
Embora o volume de cheques tenha diminuído, o valor total das transações também apresentou retração. Em 2024, o volume financeiro movimentado por cheques somou R$ 523,19 bilhões, queda de 14,2% em comparação ao ano anterior. No entanto, o valor médio dos cheques aumentou, passando de R$ 3.617,60 em 2023 para R$ 3.800,87 em 2024, demonstrando que o cheque tem sido mais utilizado em transações de maior valor.
“Apesar da crescente digitalização do cliente bancário, o cheque ainda é bastante usado no Brasil. São diversos motivos que ainda fazem este documento de pagamento sobreviver: resistência de alguns clientes com os meios digitais, uso em comércios que não querem oferecer outros meios de pagamento, utilização como caução para uma compra, como opção em localidades com problemas de internet, entre outros”, explica Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
Para transações menores e mais frequentes, os brasileiros têm preferido o Pix, que vem ganhando cada vez mais espaço como solução rápida e eficiente. Enquanto isso, o cheque segue como uma alternativa complementar em cenários específicos, mantendo-se vivo em um país em constante transformação digital.