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sexta-feira, 22 de novembro, 2024
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Oficina ‘Retratos do Tempo: imagens que contam histórias’ prestigia olhar da pessoa idosa para a fotografia

A fotografia retrata narrativas, tanto de quem posa quanto de quem registra. A imagem que abre esta reportagem é um exemplo. Clicada pela subsecretária de Políticas Públicas para Pessoa Idosa, Zirleide Barbosa, as indígenas de Corumbá fazem o convite do que vem a ser a oficina Retratos do Tempo.

Foi pensando em prestigiar o olhar da pessoa idosa sobre suas vivências cotidianas que a Secretaria de Estado da Cidadania, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Pessoa Idosa, inicia nesta segunda-feira (14), o ciclo de Oficinas Retratos do Tempo.

Serão sete dias de oficinas fotográficas e de acessibilidade para alunos da UnaPI (Universidade Aberta à Pessoa Idosa), projeto de extensão da UFMS, com o renomado fotógrafo Bolívar Porto e a especialista em Acessibilidade Cultural, Ivone Ângela.

Oficina ‘Retratos do Tempo: imagens que contam histórias’ prestigia olhar da pessoa idosa para a fotografia
Na plateia, a turma da Unapi, da UFMS, durante abertura do projeto “Retratos do Tempo”. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)

Mais do que ensinar as pessoas idosas a “fotografar”, o projeto é um convite a refletir como a população 60+ tem enxergado a si mesma.

Na abertura, a psicóloga e professora Socorro Pompilio trouxe à tona a palestra “O tempo, o corpo e eu: Percebendo a autoimagem e a autonomia da pessoa idosa”. Ao se apresentar, Socorro anunciou que a palestra seria sobre história, e como o nosso corpo carrega uma.

“O que é o retrato? A fotografia? Não é uma memória que foi capturada? De um corpo, em um determinado momento na história. Hoje, a gente vai falar aqui desse tempo que já passou pela gente. Por mim, já se passaram 50 anos. Só que o tempo, a gente pode olhá-lo de várias formas… O tempo já passou pela gente, a gente já passou pelo tempo. As pessoas falam: ‘você melhora com o tempo’. Mas não é ele que faz melhorar, e sim o que eu faço com o tempo”, reflete Socorro.

Oficina ‘Retratos do Tempo: imagens que contam histórias’ prestigia olhar da pessoa idosa para a fotografia
O que você diria para o tempo? Em palestra emocionante sobre tempo e corpo, a psicóloga e professora Socorro Pompilio trabalhou o envelhecimento. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)

A ideia da palestra foi de trabalhar com as pessoas idosas a relação entre tempo, corpo e autoimagem. 

“Envelhecer é ter o tempo marcado no corpo, ter história. Digamos que nós somos livros aqui, uns com mais páginas, outros com menos. Mia Couto vai falar assim em ‘O Espelho’: ‘Esse que em mim envelhece assomou ao espelho a tentar mostrar que sou eu. Os outros de mim, fingindo desconhecer a imagem, deixaram-me a sós, perplexo, com meu súbito reflexo. A idade é isto: o peso da luz com que nos vemos’. E o que eu vejo quando a gente se vê na fotografia ou no espelho? É sobre isso que vamos pensar aqui hoje”, segue. 

Retratos do Tempo

O projeto já passou por duas unidades da UnaPI até chegar a Campo Grande, no entanto, o formato apresentado aqui é inédito.

Oficina ‘Retratos do Tempo: imagens que contam histórias’ prestigia olhar da pessoa idosa para a fotografia
Autora da foto das indígenas e idealizadora do projeto, Zirleide Barbosa explica que o objetivo é trabalhar a criatividade e a vivência da pessoa idosa através da fotografia. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)

“Dividimos em três partes, a teórica que continuará trabalhando técnicas de fotografia e olhar fotográfico, mas esta turma vai ganhar reforço com mais duas oficinas: uma que discutirá a autoimagem da pessoa idosa e outra que abordará os conceitos de inclusão e acessibilidade, e como todos esses conhecimentos poderão impactar a vida dos participantes”, explica a subsecretária de Políticas Públicas para Pessoa Idosa, e idealizadora do projeto, Zirleide Barbosa.

Quanto à parte prática, Zirleide resume que a oficina mostra a fotografia como diversão e descobertas, além de ser um convite para produzir registros a partir das trocas de conhecimentos.

“Por último, temos a preparação para a exposição das fotos. É interessante imaginar que pessoas idosas com posse de câmeras poderão olhar à sua frente e produzir imagens que estão relacionadas ao seu cotidiano, que dizem respeito à sua maneira de ver o mundo e que isso está relacionado à sua autonomia. É relevante para o envelhecimento ativo e saudável”, ressalta.

Oficina ‘Retratos do Tempo: imagens que contam histórias’ prestigia olhar da pessoa idosa para a fotografia
Ministrante da oficina “O olhar fotográfico da Maturidade”, o fotógrafo Bolívar Porto, ao lado da coordenadora da Unapi, Camila Polisel e da especialista em acessibilidade, Ivone Ângela. (Foto: Paula Maciulevicius/Cidadania)

Ministrante da oficina “Olhar fotográfico na Maturidade”, os 35 anos de fotografia profissional de Bolívar Porto são descritos como paixão.

“É realmente uma paixão que eu descobri no milênio passado, e na oficina, vocês podem ter certeza de uma coisa: vão fazer muitas descobertas, e em alguns casos, vão mudar a maneira de encarar a vida. A essência dessa nossa oficina é tirar de dentro de cada um o talento, a sensibilidade, a criatividade e a maneira como encara a si mesmo e aquilo que existe ao nosso redor”, enfatiza Bolívar. 

Coordenadora da UnaPI, Camila Guimarães Polisel, explica que junto à Secretaria de Estado da Cidadania, a Universidade reuniu as experiências dessa mesma oficina realizadas anteriormente, para otimizar esta edição. 

“São muitas pessoas envolvidas neste projeto, e o que eu quero dizer para vocês que estão aqui hoje é que tudo isso é muito relevante, porque sem vocês nada disso faz sentido. Nós estamos crescendo, e precisamos do apoio de vocês para a participação nessas atividades que a gente oferece e que a gente desenha com tanto carinho e com tanto cuidado”, frisa Camila. 

Programação

15/10/2024 a 18/10/2024

Oficina – “Olhar fotográfico na Maturidade”

Ministrante: Bolívar Porto
Horário: 15h às 17h30
Local: Sala de aula da UNaPI

21/10/2024

Oficina – “Caminhabilidade: Conectando pessoas a lugares, vivência e movimento”.

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