Ônibus do Consórcio Guaicurus voltaram a circular nesta quinta-feira (19), após o dia de paralisação dos motoristas na quarta (18). A categoria pede reajuste de 16%, além da manutenção dos benefícios (plano de saúde, ticket alimentação e participação nos lucros).
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), no sábado (21), os trabalhadores vão decidir se farão greve por tempo indeterminado, enquanto aguarda avanço nas negociações por reajuste salarial e nas condições de trabalho.
“Esperamos que hoje o consórcio avalie melhor e nos chame para voltar a discutir. Caso isso não aconteça, hoje estamos soltando um edital de greve por tempo indeterminado. Vamos fazer uma assembleia, tudo certinho. Se não houver nenhum êxito em negociação mesmo, ai vamos fazer paralisação de 2, 3, 4 dias. Mas amanhã vai estar normal”, informou Demetrio Ferreira de Freitas, presidente do STTCU-CG.
A ata de convocação soma cerca de 1,5 mil profissionais para o encontro que acontecerá às 8h30, na sede do sindicato.
Demetrio, disse ainda que caso os trabalhadores decidam pela greve, a decisão deve ser comunicada aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 horas da paralisação.
A greve
A paralisação do motoristas acontece devido a falta de acordo com o Consórcio Guaicurus quanto ao reajuste salarial dos trabalhadores. A categoria pede aumento de 16%, além da manutenção dos benefícios sociais, como o plano de saúde, ticket alimentação e a participação nos lucros – os motoristas têm direito a um percentual das passagens pagas nos ônibus que dirigem e é exatamente por este fator que a classe também defende o aumento do valor da tarifa.
Conforme explicou o presidente do sindicato, Demétrio Freitas, caso não haja nenhum novo acordo ao longo desta semana, haverá uma nova assembleia da categoria no sábado, onde deverá ser decidido pela realização de uma paralisação com tempo de duração maior. Ele garantiu que o serviço volta ao normal na quinta e na sexta-feira.
O Consórcio Guaicurus, por sua vez, já tentou barrar a paralisação usando os mecânismos judiciais. Em um pedido ingressado no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT/MS), as empresas alegaram que a paralisação resultaria “não somente na privação da sociedade campo-grandense do essencial serviço de transporte público, mas também no injustificável e inaceitável fechamento das garagens das empresas que operam o serviço, impedindo que os ônibus alocados em cada uma delas sejam utilizados pelos empregados não aderentes ao movimento”. O pedido foi negado na terça-feira (17) e novamente na manhã de ontem (18).
Sobre o aumento salarial dos motoristas, o Consórcio Guaicurus pede que o passe de ônibus seja reajustado para absurdos R$ 8,00 para poder atender ao pedido. Esse novo valor deverá ser definido no próximo dia 24, quando acontece a reunião do Conselho de Regulação, que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública.