Policiais da Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) cumpriram cinco mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (15), todos em Campo Grande. A investida é parte de uma ação liderada pela Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro chamada de “Adolescência Segura”.
A ofensiva investiga uma organização criminosa que atua no ambiente virtual promovendo extremismo, automutilação, aliciamento e incitação à violência entre adolescentes. Nos últimos dias, duas crianças acabaram morrendo por participarem de desafios promovidos pelas redes sociais. Em um dos casos, a vítima, de oito anos, inalou um perfume.
A operação foi deflagrada simultaneamente em sete estados (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) com a coordenação da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública (DIOPI/SENASP/MJSP), por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas.
Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, duas prisões temporárias de adultos e sete internações provisórias de adolescentes. O grupo atuava em plataformas criptografadas como Discord e Telegram, além de redes sociais, para atrair jovens vulneráveis e incentivá-los à prática de automutilação, maus-tratos a animais, propagação de discursos de ódio e sugestões de atos violentos.
Os participantes mais ativos recebiam recompensas simbólicas como estímulo às condutas ilícitas. Os investigados poderão responder por associação criminosa, indução ou instigação à automutilação, maus-tratos a animais e outros crimes, cujas penas somadas ultrapassam 10 anos de prisão.
Em Campo Grande, um dos alvos da operação é um adolescente de 14 anos, cujo endereço não foi divulgado. Ele tinha como papel fazer as conexões dos desafios com as vítimas. Foram apreendidos computadores, celulares e outros objetos em sua casa. O menor não foi localizado.