28/03/2015 08h30
Pagamento de propina pela Enersul apavora deputados
A criação da CPI do Mensalão da Enersul para apurar suposto pagamento de propina a parlamentares e outros líderes políticos está apavorando os mais antigos da Assembleia Legislativa. Em reunião na casa do deputado Maurício Picarelli (PMDB) com integrantes da base aliada, o deputado Marquinhos Trad (PMDB) foi pressionado a desistir da CPI.
Como a manobra não surtiu efeito, o líder do PMDB, deputado Eduardo Rocha, teria cogitado não indicar ninguém para compor a CPI. Com isto, ele excluiria Marquinhos da comissão. E também tiraria a chance de o deputado ser presidente (com poder de requisitar documentos, inspeções e convocar autoridades a prestar depoimento) ou relator da CPI. Marquinhos foi alijado do processo de investigação.
A ideia de suspender a CPI foi para atender a pedido de supostos beneficiários do esquema do mensalão, que teria custado R$ 700 milhões aos cofres da Enersul.
Ao propor a CPI, Marquinhos apresentou auditoria que, além do rombo, apontou que o dinheiro teria parado no bolso de ao menos 35 pessoas, incluindo políticos do primeiro escalão, seus apadrinhados e parlamentares do Estado. A lista não foi revelada, mas um dos objetivos do colegiado, assegurou Marquinhos, é ter acesso ao documento e torná-lo público.
Com informações do Jornal Correio do Estado
A reportagem, de Zana Zaidan, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.