Após 38 dias de internação no hospital Gemelli, em Roma, o Papa Francisco recebeu alta neste domingo (23), informou o Vaticano. O pontífice, de 88 anos, estava se recuperando de uma pneumonia bilateral, que acometeu ambos os pulmões. Antes de deixar o hospital, o papa apareceu na janela e acenou aos fiéis, um gesto que trouxe alívio e alegria aos milhares de católicos que acompanhavam sua recuperação.
Logo após, Francisco foi transportado do hospital no banco dianteiro de um carro, deixando o local onde permaneceu internado desde 14 de fevereiro. A sua recuperação exigirá repouso no Vaticano por, pelo menos, dois meses, de acordo com os médicos.
Durante a internação, o pontífice enfrentou momentos críticos, com dois episódios de insuficiência respiratória em que sua vida esteve em risco. Apesar disso, nunca precisou ser intubado e manteve-se alerta e consciente, conforme relato de Sergio Alfieri, um dos médicos responsáveis pelo tratamento.
A condição de Francisco havia melhorado nos últimos dias, com uma estabilização respiratória e recuperação na mobilidade, embora ele ainda esteja utilizando oxigênio por meio de um pequeno tubo nasal. Seu uso prolongado de terapia de oxigênio de alto fluxo pode exigir que ele “reaprenda a falar”, segundo o cardeal Victor Fernandez, do Vaticano.
Francisco, que completou quase 12 anos de pontificado, já enfrentou diversos problemas de saúde nos últimos anos, e sua recuperação após a pneumonia deve ser lenta devido à sua idade e histórico médico. Os médicos acreditam que o líder católico, propenso a infecções pulmonares, terá um período de recuperação mais longo, especialmente considerando seu histórico de pleurisia, uma inflamação dos pulmões que exigiu a remoção de parte de um dos seus pulmões quando ele era jovem.
O hospital Gemelli, conhecido como o “Hospital do Papa”, tem uma longa história de atender pontífices. O Papa João Paulo II foi internado no local cerca de 10 vezes durante seu papado, e o Gemelli continua a ser um centro médico de referência para a Igreja Católica. Francisco também foi tratado várias vezes na instituição, incluindo uma cirurgia no cólon em 2013 e outros tratamentos nos últimos anos.
Apesar de sua condição de saúde, Francisco demonstrou grande gratidão pelas orações e mensagens de apoio recebidas, especialmente das crianças, que o tocaram profundamente. O Vaticano também descartou especulações sobre uma possível renúncia do pontífice, afirmando que ele permanece firme em seu papel à frente da Igreja Católica.