27/07/2015 09h00
Para Dani Valente, críticas de colegas a “Tomara que Caia” são “tiro no pé”
UOL
A chance de explorar uma técnica em que não é especialista foi o principal atrativo para Dani Valente aceitar o desafio de fazer parte do “Tomara que Caia”, sua volta à Globo depois de quatro anos. A ansiedade de entender toda a mecânica do programa, que estreou no último domingo sob fortes críticas, já passou, e o programa que vai ao ar neste domingo já sofrerá alguns ajustes. Triste com comentários raivosos da internet, a atriz, no entanto, conta que tem recebido uma resposta positiva do público.
“A audiência foi maravilhosa, e senti nas ruas que as pessoas gostaram. No dia seguinte, fui à farmácia e muita gente veio falar comigo, crianças, pessoas de idade. Muitas me deram parabéns e agradeceram por começar bem a semana. As críticas foram na internet, que é uma terra de ninguém, onde muita gente usa o anonimato pra expressar sua raiva”, opina.
O que decepcionou a intérprete também foram comentários negativos de alguns colegas. Sem citar nomes, Dani classifica como “um tiro no pé” a falta de apoio de outros humoristas – no Twitter, a atração foi criticada por famosos como Fábio Porchat, Antonio Tabet e Danilo Gentili.
“É muito triste quando um colega fala mal do outro. A comédia foi marginalizada durante muito tempo. Passei sete anos no ‘Zorra Total’, quanto preconceito sofri, pela própria mídia. E o programa ficou durante anos em primeiro lugar de audiência. Comediantes estão ganhando mais espaço, vários programas novos estão surgindo, então é um tiro no pé, é burro pra classe, é deselegante. Dá um apertinho no coração”, afirma.
Diante da repercussão, no entanto, o programa do núcleo de Boninho volta com ligeiras modificações em seu segundo episódio, que tem participação especial do cantor Falcão. “É como no teatro, você vê o que funciona e o que precisa mudar. É o bom de ser ao vivo, graças a Deus. Vai ter menos trolladas, para o público participar mais da história”, adianta ela, contando que a ideia entre os atores é se divertir com os erros durante todo o processo. “Não estamos ali pra fazer bonitinho, botamos a cara, com toda coragem, pra ser batida mesmo. Vamos errar e ninguém vai conseguir acertar não”, brinca.
Medo do desafio Dani não tem mesmo. Tanto que aceitou o convite do diretor Carlo Milani num período em que desejava até diminuir o ritmo de trabalho. O plano não deu muito certo: numa sexta-feira, ela terminou de gravar a segunda temporada de “Trair e Coçar”, no Multishow, e na segunda seguinte já estava nos ensaios da nova empreitada.
“Disse que estava trabalhando muito, mal estava tendo tempo pra minha filha (Valentina, 4). Mas ele me convenceu com todo o carinho. Improviso é uma arte que ninguém ali domina, existem livros sobre isso. Os Barbixas dão workshops. Não somos dessa escola como a Tatá Werneck, o Marcelo Adnet e o Fernando Caruso. Quando questionei isso, ele falou que queriam atores versáteis porque o programa tem comédia, tem dramaturgia. Isso me ajudou a decidir”, lembra ela, que só não tinha contracenado ainda com Priscila Fantin e Nando Cunha.
Segundo a atriz, o convívio com os atores da Cia. Barbixas de Humor também tem sido um aprendizado. “É a área deles, a gente vai na cara de pau, com a experiência que tem de comédia e está sendo muito enriquecedor. Depois desse programa nós oito fazemos qualquer coisa”, diz ela, que também é roteirista do Multishow. “Participei da terceira temporada do ‘Vai que Cola’ e vou estar em outro projeto esse ano ainda. Depois disso, tenho uma viagem marcada para os Estados Unidos. Vou estudar roteiro e passar um tempo lá com minha família”, conta.