O vereador Claudinho Serra (PSDB) era o mentor e o principal responsável pela articulação do esquema de corrupção dentro da Prefeitura de Sidrolândia. O político foi preso nessa quarta-feira (03) dentro da terceira fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Saiba mais:
- Operação Tromper: servidores e empresários são detidos dentro de secretarias pelo Gaeco
- Justiça aceita denúncia contra secretário e empresários sobre apontado esquema de corrupção em prefeitura
- Gaeco cumpre mandados de prisão e busca e apreensão na Prefeitura de Sidrolândia
- Quebra de sigilos identifica transação milionária e propina a servidores e empresas em Sidrolândia
- Gaeco faz em Sidrolândia apreensão de dinheiro em ação contra corrupção que viria desde 2017
Conforme explica o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), autor da denúncia, das provas angariadas, ficou constatado que Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o popular Claudinho Serra, era o chefe da quadrilha que fraudava processos licitatórios e fazia os desvios de recursos públicos e pagamentos e recebimentos de propinas aos Ueverton da Silva Macedo e Ricardo José Rocamora Alves.
Foram reveladas várias provas concretas da existência de outros esquemas chefiados por Cláudio Serra e ainda em pleno funcionamento. “Denotando-se a firme e ininterrupta atuação criminosa que há anos atua no Município de Sidrolândia, fraudando licitações e contratos públicos, corrompendo servidores públicos e causando enorme prejuízo ao erário”, cita o MPMS.
O juiz Fernando Moreira Freitas da Silva acatou pedido de prisão de oito suspeitos de envolvimento, sendo esses: Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho; 2) Carmo Name Júnior; 3) Ueverton da Silva Macedo; 4) Ricardo José Rocamora Alves; 5) Milton Matheus Paiva Matos; 6) Ana Cláudia Alves Flores; 7) Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa; 8) Thiago Rodrigues Alves. Ele também autorizou busca e apreensão em 28 locais.
Provas do crime
Conforme consta na denúncia, o grupo usada o mesmo modus operandi em cada licitação. “Assim que Cláudio Serra precisasse de dinheiro, para si ou para outros membros da organização, surgia prontamente a necessidade de um bem ou de um serviço, a emissão de uma nota fiscal possivelmente forjada por algum dos empresários envolvidos, o empenho, o pagamento pela Prefeitura de Sidrolândia e o posterior repasse dos valores ao(s) destinatário(s), diretamente ou por intermédia pessoa”, cita.
O MPMS revelou ainda que são numerosos os fatos e as conversas telefônicas e por WhatsApp que demonstram a provável prática delitiva dos representados, que justificariam o pleito das prisões preventivas, que acabaram sendo autorizadas pela justiça. O Gaeco citou que foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15.000.000,00.
O desdobramento das investigações, conduzidas pelo GECOC, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada às fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais. A operação contou com o apoio operacional do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.
Vereador vai ficar preso
Preso na manhã dessa quarta-feira (03), em Campo Grande, o vereador Claudinho Serra (PSDB) foi alojado em uma cela do Centro de Triagem ‘Anísio Lima’, no Complexo Penitenciário de Segurança Máxima.
A defesa do político alega não ter justificativa para a detenção em regime fechado. Além disso, o processo está em segredo de Justiça e, por conta disso, não tiveram acesso para apresentar qualquer argumentação.
“Não há justificativa para a prisão preventiva do parlamentar. Ele é primário, possui residência fixa, ocupação lícita e nenhum antecedente criminal. Ele não foi intimado para prestar esclarecimentos na investigação”, cita nota da defesa à imprensa.