Um pastor, de 53 anos, foi indiciado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Dourados, na sexta-feira (23), ao abusar sexualmente de pelo menos quatro mulheres. Para a prática dos crimes, o autor dizia que era necessário tocar no corpo delas para que fossem ‘curadas espiritualmente’.
A investigação começou a partir de denúncias nas quais apontavam que o pastor usava a sua profissional de líder religioso para enganar as mulheres. O homem se aproveitava do cargo para dar selinhos nas vítimas, tocar em seus corpos e até mesmo para conseguir ter relações sexuais sempre com a justificativa de que estava curando-as dos pecados.
A polícia ressaltou que obteve como elemento de prova no desfavor do pastor publicações em redes sociais sobre tais fatos. Foram feitas oitivas para obter o depoimento de diversas pessoas vinculadas à igreja do pastor e identificou quatro vítimas, três com idade entre 20 e 22 anos e uma de 40 anos.
Segundo os relatos das vítimas e de testemunhas, o líder religioso realizava momentos de oração durante as madrugadas e em montes/templo em construção. Nestes momentos, passava a falar em “línguas estranhas”, em tom alto e, então, praticava os abusos sexuais. Ele também escolhia as mulheres com quem teria a relação sexual.
As vítimas disseram que o pastor alegava que “Deus havia determinado a passagem do varão”, que seria feita pela troca de energia vital, a qual exigia a penetração, com fins de “cura espiritual”. Ainda segundo a investigação, uma das vítimas fez o sexo com consentimento, enquanto outra recusou ao ter a roupa retirada por ele.
Desde o início do ano, membros passaram a reclamar destas situações invasivas/abusivas e, inclusive, estavam deixando de frequentar a igreja. Obreiros pediram que o autor parasse de realizar toques em mulheres e que também parasse de se reunir a sós com mulher, mas isso não aconteceu.
A autoridade policial responsável representou pela prisão preventiva do pastor, que foi aceito pela Justiça. No dia 15 de agosto, ele foi preso pela Guarda Civil Municipal e encaminhado à Penitenciária Estadual de Dourados no dia seguinte. Após a captura, o inquérito foi encerrado na sexta-feira (23), quando os fatos vieram a público.
Ainda conforme a Polícia Civil, ficou evidenciada a prática dos crimes, especialmente por meio de testemunhas e até por mensagem de vítima alegando ter sido assediada em um retiro. Em contato com o advogado de defesa, o mesmo disse que o pastor não se manifestaria em fase de inquérito policial, motivo pelo qual não foi interrogado.
