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domingo, 27 de outubro, 2024
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Picadas de mosquitos em bebês: o que fazer?

Veja como aliviar os sintomas e evitar doenças causadas por esses insetos 

A cena é comum, mas ainda assusta muitos pais e mães: depois de uma noite quente, o bebê acorda incomodado e cheio de bolinhas vermelhas pelo corpo causadas por picadas de mosquito. Isso ocorre porque no calor os mosquitos se multiplicam e a pele fica mais exposta e, além do risco de arboviroses causadas pelo Aedes aegypti (dengue, febre amarela, zika e chikungunya), picadas de pernilongos podem provocar coceiras, infecções ou alergias. 

Como amenizar os sintomas de picadas de mosquito 

As reações mais comuns das picadas de mosquitos e pernilongos são as pápulas (bolinhas) vermelhas, vesículas (bolhas de água) e prurido (coceira). 

Banhos ou compressas geladas ajudam a aliviar a coceira. As bolinhas tendem a regredir naturalmente após alguns dias, sendo possível que ainda restem marquinhas escurecidas na região por mais alguns meses. Conforme a intensidade da reação, pediatras podem indicar a aplicação de pomadas ou mesmo medicamentos orais. Mas atenção: para isso, é fundamental ter orientação médica. 

O que a picada de mosquito pode causar? 

Picadas de mosquito Aedes aegypti podem provocar diversas doenças, chamadas de arboviroses. As mais conhecidas são: dengue, febre amarela, zika e chikungunya. A transmissão acontece quando o mosquito que picou está contaminado (ou seja, picou alguém doente antes). 

Porém, não é possível identificar se a picada foi de um mosquito do tipo Aedes ou não, pois os sintomas imediatos costumam serem os mesmos. Assim, é preciso ficar atento a demais sinais nos dias seguintes. 

Em caso de febre, dor no corpo, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, recomenda-se buscar orientação médica. 

Infectologista, Maurício Pompilio, acrescenta: “quando suspeitamos de dengue é importante estar atentos aos sinais, como dor abdominal, vômitos que impedem a alimentação e a ingestão de água e qualquer forma de sangramento é preciso procurar atendimento médico”.   

O médico ressalta também que pode haver ainda queda de pressão ou até rebaixamento da consciência. “Esses sintomas merecem atenção especial e, se tratando de crianças pequenas os cuidados devem ser redobrados. Para este público é preciso procurar atendimento médico o mais rápido possível”.    

Vale lembrar que quem já teve dengue uma vez pode ter novamente, porém, de tipos diferentes. Portanto, o melhor a fazer é garantir o controle da doença, eliminado qualquer possibilidade de água parada, inclusive dentro de casa. “Todos nós somos responsáveis para diminuir a proliferação desse inseto, cuidando de nossos quintais e de qualquer reservatório de água que possa existir, mesmo dentro das nossas casas”, finaliza Dr. Pompilio.   

Mesmo os pernilongos comuns podem provocar incômodos 

A reação alérgica à saliva de insetos é chamada de prurigo estrófulo e dificilmente ocorre antes dos seis meses de vida, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. 

Além do desconforto, a coceira no local da picada pode abrir espaço para a entrada de bactérias e infecções. Por isso, é importante orientar a criança a não coçar, e, sabendo da dificuldade dessa tarefa, manter as mãos dela bem higienizadas e com as unhas curtas. 

Outros insetos 

Picadas de outros insetos, como vespas, abelhas e formigas, podem provocar reações alérgicas mais severas, como a anafilaxia. 

É importante acrescentar que é necessário buscar um pronto atendimento imediatamente se além da vermelhidão local houver sintomas como: falta de ar, náuseas, vômitos e diarreia, mal-estar ou inchaços nos lábios, pálpebras, orelhas, na virilha, pés ou mãos. Se o inseto deixou ferrão na pele, o ideal é retirar no pronto atendimento, mesmo que a criança não seja alérgica. 

Prevenir sempre 

Picadas de insetos eventualmente ocorrem, é difícil evitar todas. Mas alguns cuidados ajudam a diminuir a incidência.


1.
 Eliminar focos de água parada em casa, removendo lixos e entulhos que possam servir de criadouro para mosquitos 

2. Instalar telas nas janelas de casa 

3. Utilizar mosquiteiros em camas, berços e carrinhos de passeio. Observar que o tamanho dos poros do tule não ultrapasse 1,5 milímetros 

4. Aplicar repelentes à base de permetrina nos tecidos de telas, cortinas e mosquiteiros (reaplicar conforme orientação do fabricante) 

5. Climatizar o ambiente com ar condicionado, se possível 

6.   Se viável, deixar a criança com roupas de mangas longas, calças compridas e meias 

7. Dedetizar a casa periodicamente 

8. Usar repelentes elétricos – com uma distância mínima de 2 metros da cama ou berço 

9. Vacinar as crianças contra a febre amarela aos nove meses de idade, com reforço aos quatro anos 

10. Usar repelentes tópicos (de passar na pele) apropriados para a idade quando for para ambientes com mosquito durante o dia (peça uma indicação de produto para o pediatra) 


Ainda sobre repelentes tópicos, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a aplicação seja feita pelo adulto, pois crianças podem levar as mãos à boca ou aos olhos. Produtos em spray devem ser aplicados ao ar livre. O repelente deve ser reaplicado conforme orientação do fabricante. Além disso, não se deve deixar a criança dormir com repelente. 

Vai para a praia ou para o campo com as crianças em região com mosquitos? Nesse caso a indicação é, primeiro, passar o protetor solar e depois o repelente. 

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