Média diária de transações é de 184 milhões, quase metade delas (48%) entre pessoas físicas e 40%, para empresas
O Pix completa quatro anos de funcionamento neste sábado (16) e já se consolidou como o meio de pagamento instantâneo mais utilizado pelos brasileiros. Lançado em 16 de novembro de 2020, no primeiro dia houve 1,6 milhão de transações, segundo o Banco Central. Quatro anos depois, em um único dia já foi registrado recorde de 227 milhões de transações.
Mas a média diária registrada em setembro foi de 184 milhões de transações via Pix. Quase metade delas (48%) é entre pessoas físicas e 40%, para empresas. “O Pix não é só popular, mas ele se tornou uma ferramenta indispensável”, afirmou Renato Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e resolução do Banco Central, durante live.
Além disso, atualmente existem 154 milhões de pessoas físicas com chaves cadastradas no Pix, enquanto a população de adultos do país é de 160 milhões. “Quase todo adulto do país tem uma chave Pix, faltam 6 milhões e nós queremos trazer esses 6 milhões para utilizar o Pix também”, acrescentou Gomes.
“Um dos grandes ganchos da população brasileira com o Pix é que o meio de pagamento é inclusivo, com custo zero para as pessoas, com a utilização muito fácil. A cada nova funcionalidade do Pix que desenvolvemos no Banco Central, nós pensamos muito sob essa ótica da inclusão, o que vai fazer as pessoas usarem essa funcionalidade. Uma das coisas que mais impressionam é o uso do Pix por pequenos comerciantes, microempreendedor individual e pessoas que tinham dificuldades antes de oferecer um meio de pagamento digital a seus clientes. Isso não só gerou eficiência na hora do pagamento como também permitiu novos modelos de negócios”, diz Renato Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e resolução do Banco Central.
Expansão
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) estima que o Pix deverá crescer este ano 58,8% em relação a 2023 e movimentar R$ 27,3 trilhões. Projeção mostra ainda que o número de transações da ferramenta também deverá apresentar expansão de 52,4%, chegando a 63,7 bilhões de operações. Em quatro anos, já somam 121,5 bilhões de transações, atingindo R$ 52,6 trilhões
Os resultados alcançados pelo Pix neste ano (até 30 de setembro) já ultrapassaram as estatísticas alcançadas pela ferramenta em todo o ano de 2023. Já foram feitas 45,7 bilhões de transações totalizando R$ 19,1 trilhões.
“O Pix foi uma agenda emblemática do Banco Central, algo histórico, e que se somou a outras importantes mudanças que o setor bancário já introduziu no dia a dia das pessoas ao longo dos anos, como os tokens, a internet banking, biometria e o mobile banking. É um sucesso nacional e um exemplo internacional”, avalia Isaac Sidney, presidente da Febraban, em nota.
Novas funções
- Pix Agendamento Recorrente
Desde o dia 28 de outubro, começou a funcionar o Pix Agendamento Recorrente. As transferências periódicas, como serviços, diarista, terapia ou personal trainer, por exemplo, já podem ser agendadas por meio do sistema de pagamento instantâneo.
O serviço serve para aqueles pagamentos que sempre se repetem, com valor fixo, mês a mês, para pessoas físicas. Segundo o Banco Central, algumas das transações que poderão contar com o serviço são mesadas, doações, aluguel entre pessoas físicas e prestação de serviços recorrentes.
- Limite de transferência para novos celulares
Em 1º de novembro, começaram a valer as novas regras de segurança para evitar golpes e fraudes. As transferências de dinheiro por Pix passaram a ter limite de valor para telefones celulares ou computadores novos, não cadastrados no banco onde o cliente é correntista. O limite é de R$ 200 por operação e de R$ 1.000 por dia.
Esses limites valem até que o cliente confirme com o banco a propriedade do novo aparelho. Após essa confirmação, os limites normais de transação são restaurados.
- Pix por aproximação
No último dia 14 de novembro foi liberado teste para todos os bancos do Pix por aproximação,que possibilita o usuário fazer pagamentos utilizando uma carteira digital. A partir de 28 de fevereiro de 2025, essa forma de pagamento deverá ser oferecida para todos os clientes. Mas algumas instituições se anteciparam ao calendário do Banco Central e já têm a nova funcionalidade.
Calendário do Pix em 2025
- 28 de fevereiro – Pix por aproximação
Deverá ser oferecido para todos os clientes de bancos. Como já acontece com os cartões de débito e crédito, bastará aproximar o celular da maquininha para fazer o pagamento.
- 16 de junho – Pix Automático
O Pix Automático, que teve seu lançamento adiado, abrangerá o pagamento a empresas. A ferramenta poderá ser usada em serviços públicos (água, luz, telefone e contas domésticas), assinatura de serviços (internet, streaming, portal de notícias), mensalidades (escola, condomínio, plano de saúde) e serviços financeiros (parcelamento de seguro, empréstimo, consórcio).
De acordo com o Banco Central, o Pix Automático e Pix Agendado recorrente têm diferenças que os tornam complementares, embora ambos atendam a casos de uso relacionados a pagamentos periódicos.
No Pix Automático, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo usuário recebedor, que deverá ser necessariamente pessoa jurídica, mediante autorização prévia do usuário pagador.
E no Pix Agendado recorrente, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo próprio usuário pagador, que poderá ter como destinatário pessoa física ou pessoa jurídica.
“As operações do Pix continuam em ascensão e batem consecutivos recordes. As novas funcionalidades deverão atrair ainda mais brasileiros para a ferramenta, dentro de sua vocação de impulsionar a bancarização e a inclusão financeira no país”, avalia Ivo Mósca, diretor de Inovação, Produtos e Serviços da Febraban, em nota.
Agenda futura
- QR Code gerado pelo pagador
- Pix Garantido
- Ferramenta para consulta de transações liquidadas no SPI (Sistema de Pagamento Instantâneo)
- Plataforma Centralizada (Cobrança Centralizada de Pix Cobrança Contratos Inteligentes; Duplicata no Pix)
- Pix Internacional
- API de Pagamentos (sistema de comunicação entre instituições financeiras e sites de vendas)
- Novas formas de iniciação do Pix (NFC; Bluetooth; RFID; Reconhecimento facial)
- Regras para split de pagamentos (separação dos pagamentos, de forma automatizada)
Fonte: R7