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domingo, 30 de março, 2025
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PL garante prevenção, tratamento e acompanhamento de mulheres com endometriose

Um Projeto de Lei (PL) em tramitação na Câmara Municipal de Campo Grande estabelece diretrizes para a inclusão e garantia do atendimento integral à mulher que sofre com a endometriose. A doença ginecológica crônica se caracteriza pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero e que provoca dor forte, especialmente durante a menstruação.

A matéria estabelece quatro ações que deverão ser realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), sendo essas: prevenção, diagnóstico, tratamento e o acompanhamento da paciente. O objetivo é oferecer campanhas educativas e de conscientização, exames clínicos e de imagem e a tratamentos médicos e cirúrgicos.

“As ações previstas neste artigo deverão ser implementadas em conformidade com os avanços tecnológicos e inovações em procedimentos médicos, incluindo a promoção de novas tecnologias cirúrgicas e terapêuticas, sempre visando a melhor qualidade de vida e o atendimento integral das pacientes com endometriose”, cita o PL.

Também determina que os profissionais do SUS deverão estar sempre capacitados para identificar e tratar a endometriose, sendo oferecido treinamentos e cursos de atualização, além de materiais informativos. Além disso, a Sesau deve criar mecanismos para agilizar o encaminhamento de pacientes para os serviços especializado.

O texto proposto também cita a possibilidade de parcerias com universidades e organizações sociais para promover estudos, pesquisas e criar grupos de apoio às portadoras da doença. Em outro parágrago, o PL ressalva a garantia do atendimento psicológico às mulheres com endometriose.

Autor do PL, o vereador Victor Rocha (PSDB) justificou que muitas mulheres ainda enfrentam barreiras significativas no acesso a cuidados adequados. “A falta de conscientização, escassez de treinamento específico entre os profissionais de saúde e a insuficiência de recursos dedicados ao tratamento são alguns dos fatores que contribuem para essas dificuldades”.

“Este Projeto de Lei visa assegurar um atendimento integral às mulheres com endometriose, e a inclusão de diretrizes claras para prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento, buscando garantir que todas as mulheres tenham acesso aos cuidados necessários, reduzindo assim os impactos negativos da endometriose em suas vidas”, completou.

Entenda a doença

A endometriose acomete cerca de 176 milhões de mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo e é considerada uma das doenças da mulher moderna. É uma doença ginecológica caracterizada pelo desenvolvimento e crescimento de estroma e glândulas endometriais fora da cavidade uterina, resultando em uma reação inflamatória crônica.

O site Alta Diagnósticos explica que dentro do útero, órgão responsável por abrigar a gestação ao longo dos 9 meses, existe um tecido na sua parte mais interna chamado endométrio, que é justamente onde o embrião se fixa bem no comecinho do seu desenvolvimento.

Para que ocorra essa implantação, este tecido responde aos hormônios femininos, produzidos pelos ovários. Antes do período fértil, os ovários produzem estrogênio, hormônio que faz o endométrio crescer, proliferar e depois da ovulação, com a produção da progesterona, o endométrio se torna secretor, sendo receptivo para um embrião. 

Se não ocorre a chegada de um embrião no útero, o endométrio se “descola” e a mulher menstrua. No caso das portadoras de endometriose, o endométrio que deveria existir somente dentro do útero, por motivos genéticos e epigenéticos (influenciados pelo ambiente), aparece fora do seu lugar habitual podendo se encontrar espalhado por todo abdome, especialmente atrás do útero, nos próprios ovários, nas trompas, sobre a bexiga e no intestino. 

Esse tecido sofre as mesmas alterações sob influencia hormonal durante o ciclo da mulher, portanto, no período menstrual também sangra dentro do abdome, provocando cólicas menstruais, dores nas relações sexuais e dificuldades para engravidar pois os órgãos abdominais, na presença de sangue, inflamam e tendem a grudar uns aos outros provocando as chamadas aderências, que distorcem a anatomia da pelve feminina impedindo, por exemplo, o adequado funcionamento das trompas. 

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