Em viagens de avião, a segurança dos passageiros é uma prioridade, e pequenos detalhes podem fazer grande diferença em situações de emergência. Especialistas em segurança aeronáutica recomendam que os passageiros permaneçam devidamente calçados, especialmente durante as fases de pouso e decolagem. Isso garante que, em caso de evacuação de emergência, eles possam deixar a aeronave rapidamente e com os pés protegidos, reduzindo o risco de lesões. Até mesmo um cadarço desamarrado pode representar um perigo, causando quedas durante momentos de tensão.
Contaminações e higiene a bordo
Além das questões de segurança, há também aspectos de higiene e saúde a serem considerados. As aeronaves passam por uma limpeza profunda apenas a cada um mês ou seis semanas. Durante esse período, os assentos e o carpete acumulam bactérias e germes, pois as equipes de limpeza não têm tempo suficiente para desinfetar toda a cabine entre os voos.
Embora a higienização frequente ocorra, carpetes e outros espaços de contato, como apoios de braço e mesas de bandeja, podem estar contaminados. Em especial, áreas próximas aos banheiros são focos de sujeira. Estar calçado minimiza esses riscos, evitando o contato direto com superfícies potencialmente contaminadas.
Risco de infecção fúngica
No Reino Unido, por exemplo, a tripulação de cabine não é obrigada a limpar os banheiros adequadamente na maioria dos voos, apenas a mantê-los organizados. Isso significa que líquidos no chão podem conter fluidos corporais, incluindo urina, expondo passageiros descalços a infecções bacterianas e fúngicas.
David Krause, ex-proprietário de uma empresa especializada em produtos de limpeza aeronáutica, alerta para os riscos de andar descalço a bordo. Segundo ele, quem pisa diretamente no chão do avião pode contrair vários microrganismos prejudiciais à saúde.
O incômodo do chulé
Outro ponto que gera desconforto entre os passageiros é o mau cheiro dos pés. Uma pesquisa de 2022 revelou que 24% dos passageiros se incomodam com pessoas que viajam descalças, levando a situações constrangedoras a bordo. Casos extremos podem, inclusive, resultar em pousos não programados.
A escritora Emily Freeman compartilhou em redes sociais uma experiência desagradável em um voo, no qual um passageiro ao lado não apenas tirou os sapatos, mas também as meias. A situação gerou revolta e diversos comentários, refletindo a insatisfação geral com essa prática.
Regras das companhias aéreas
Diversas companhias internacionais, como American Airlines e Delta, proibem formalmente passageiros descalços a bordo. No Brasil, as restrições não são tão explícitas, mas a segurança e o bem-estar dos passageiros são prioridades. Tripulantes podem intervir em casos extremos.
Apesar de parecer um hábito inofensivo, viajar descalço pode representar riscos sérios para a segurança, higiene e conforto dos passageiros. Respeitar as normas das companhias aéreas e manter-se calçado durante o voo são medidas simples que garantem uma viagem mais segura e tranquila para todos.