Salário de Adriane Lopes passa de R$ 21,2 mil para R$ 41,8 mil em fevereiro. O reajuste gera efeito cascata e vai beneficiar o secretariado e centenas de servidores de carreira
A partir de fevereiro deste ano, o salário da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), sofrerá um reajuste significativo de 96,76%, passando dos atuais R$ 21.263,62 para R$ 41.845,62. Com isso, ela se tornará a prefeita com o maior salário do país, ultrapassando até o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), que recebe R$ 35.462,27.
A medida, aprovada pela Câmara Municipal de Campo Grande em fevereiro de 2023, também beneficiará a vice-prefeita Camila Nascimento de Oliveira (PP) e os secretários municipais, com aumentos ainda mais expressivos.
Camila Nascimento, que é ex-presidente do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande, terá um reajuste de 136%, com seu salário subindo de R$ 15.947,03 para R$ 37.658,61.
Já os secretários municipais terão um aumento de 206%, com seus vencimentos saltando de R$ 11.619,70 para R$ 35.657,50. Os diretores das autarquias, como Agetran, Agência de Regulação dos Serviços Públicos e Planurb, também terão um aumento considerável, recebendo agora R$ 30.142,70.
O reajuste também contemplará 408 servidores municipais que já recebem o teto salarial do funcionalismo, com um aumento automático de 97%. No entanto, enquanto os altos salários da prefeita, vice-prefeita e secretários são reajustados substancialmente, os servidores municipais enfrentam desafios.
No ano passado, por exemplo, a prefeitura não concedeu reajuste aos funcionários públicos devido ao compromisso fiscal que ultrapassa o limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Além disso, a gestão de Adriane Lopes tomou medidas controversas, como a suspensão do pagamento de adicional de insalubridade para profissionais da saúde e de periculosidade para os guardas municipais, apesar de decisões judiciais que determinam o pagamento desses benefícios.
Recentemente, a prefeita também implementou cortes significativos em gratificações, adicionais de função e plano de trabalho, resultando em uma redução de até 70% nos salários de alguns funcionários comissionados.