‘Cachorrão’, que estava preso pelo assassinato do jornalista brasileiro Leo Veras, foi absolvido pela Justiça do Paraguai nesta quinta-feira (03), após três dias de julgamento. De acordo com as informações, o Tribunal de Sentença de Pedro Juan Caballero alegou que não há provas para a autoria do crime.
Na decisão, os juízes denunciaram que o Ministério Público do Paraguai fez um trabalho “deficiente, sem nexo causal de que o acusado seja o braço logístico de alguma organização criminosa”. Além disso, também pontuaram que não foi indicada a eventual publicação que a vítima fez para provocar a reação do acusado.
O Tribunal acusou ainda o Ministério Público de tentar levar a investigação para outro lado de modo a ocultar os verdadeiros responsáveis pelo crime. Pela sentença, o entendimento foi de que a Justiça não se encarregaria de preencher as lacunas da investigação. “Não podemos condenar uma pessoa sem que se demonstre sua participação no fato”.
O crime
O jornalista Leo Veras foi assassinado na noite do dia 12 de fevereiro de 2020 dentro de sua casa, na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, fronteira seca com Ponta Porã.
Ele, que era conhecido por editar um site de conteúdo policial na fronteira entre os dois países, era sempre alvo de ameças por conta das denúncias que promovia contra o tráfico de drogas e o dominício de facções naquela região.
No dia do crime, Leo estava jantando com sua família no quintal de sua casa quando homens fortemente armados e encapuzados invadiram o local e já atiraram contra ele, que chegou a tentar correr e se esconder.
A investigação apontou que ele teria sido atingido por 12 tiros e chegou a ser socorrido com vida, mas faleceu logo depois de dar a entrada em um hospital daquela cidade.
