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segunda-feira, 31 de março, 2025
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Projeto Olubayo leva cinema a comunidades quilombolas com exibições gratuitas

As sessões serão em Campo Grande, nesta sexta-feira, e outra em Terenos, no sábado

O Projeto Olubayo segue sua jornada de exibições cinematográficas e, nesta semana, chega a duas comunidades quilombolas em Mato Grosso do Sul. A primeira sessão acontece na Comunidade Quilombola Chácara Buriti, em Campo Grande, nesta sexta-feira (28), e a segunda no município de Terenos, no sábado (29), na Associação da Comunidade Negra Quilombola Rural dos Pretos, Chácara São Miguel. Ambas as sessões serão realizadas às 19h, com entrada gratuita e classificação livre.

A iniciativa, que já passou por cinco comunidades, busca levar a magia do cinema a territórios quilombolas e comunidades negras urbanas, promovendo reflexões sobre identidade, resistência e ancestralidade por meio de obras dirigidas por cineastas negros.

Filmes e reflexões

A programação conta com a exibição de cinco filmes: Fábula da Vó Ita, de Joyce Prado; Bonita, de Mariana França; Luzes Debaixo, de Tero Queiroz; Águas, de Raylson Chaves; e Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha, de Daphyne Schiffer.

Para Tero Queiroz, diretor de Luzes Debaixo, o projeto Olubayo está alinhado com seus ideais de valorização da cultura preta.

Luzes Debaixo é um recorte documental que, por meio da poética, narra as dores de corpos pretos depositados sob pontes e depois expulsos delas. Feito de forma independente, com uma câmera e nada mais, mostra como, em meio ao cinza, luzes surgem levando comida, conversa e afeto, reafirmando alianças. A defesa da população de rua é uma luta negra, pois a maioria das pessoas nessa situação é periférica e preta”, destaca Queiroz.

Impacto nas comunidades

A idealizadora do Olubayo, Professora Barthô, ressalta a importância das discussões promovidas após as sessões e a recepção calorosa do público.

“A experiência tem sido maravilhosa. Por mais que tenhamos critérios para escolher os filmes, produzir e dialogar com a comunidade, nunca temos certeza de como tudo vai acontecer. O que nos marca é o momento em que chegamos, montamos tudo e vemos a emoção do público durante a exibição. No debate, jovens, crianças, idosos, homens e mulheres tomam a palavra e compartilham suas reflexões. Isso tem sido incrível e nos motiva a continuar”, afirma Barthô.

Próximas sessões

O projeto, que percorrerá nove comunidades negras ao todo, já reuniu mais de 400 pessoas nas sessões realizadas em cinco quilombos. As próximas exibições estão marcadas para a Associação Familiar Negra São João Batista, no dia 5 de abril, e na Associação da Comunidade Negra Quilombola Urbana Eva Maria de Jesus – Tia Eva, no dia 12 de abril, ambas em Campo Grande.

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