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sexta-feira, 14 de março, 2025
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PSDB de MS rejeita fusão com Podemos e pode ter debandada de lideranças

Os rumos tomados pelo PSDB em nível nacional têm gerado insatisfação no diretório de Mato Grosso do Sul. O partido tentou alianças com PSD e MDB, mas sem sucesso. Agora, a possibilidade de fusão com o Podemos desagrada a cúpula local, que já estuda a saída da legenda.

Atualmente, a direção nacional do PSDB trabalha para viabilizar uma federação ou fusão com o Podemos. No entanto, lideranças tucanas sul-mato-grossenses consideram essa opção inadequada, pois o partido continuaria pequeno e perderia relevância.

Alianças frustradas e risco de debandada

O diretório estadual defendia uma aliança com o PSD, mas as negociações não avançaram devido a divergências sobre os termos da união. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, propôs a incorporação do PSDB, algo rejeitado pelos tucanos, que não aceitam a dissolução do partido.

A tentativa de acordo com o MDB também não prosperou. Sem entendimento com partidos médios, o PSDB iniciou diálogos com legendas menores e se aproxima de um acerto com o Podemos. A possível fusão, no entanto, pode provocar uma debandada de filiados em Mato Grosso do Sul.

Segundo apuração, caso a parceria com o Podemos se concretize, a ala do PSDB ligada ao ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deve deixar a legenda. Há grande possibilidade de apenas o deputado estadual Pedro Caravina permanecer no partido, já que tem forte vínculo com a sigla no Estado e participou do encontro entre Renata Abreu, presidente do Podemos, e o governador Eduardo Riedel.

O deputado estadual Zé Teixeira já anunciou que sairá do PSDB assim que houver uma janela legal para troca de partido, e sua provável filiação será ao PL. Outros quatro deputados estaduais devem seguir os passos de Riedel e Reinaldo. Lia Nogueira, Jamilson Name e Paulo Corrêa devem disputar a reeleição, enquanto Mara Caseiro pode se candidatar à Câmara Federal.

Impacto da fusão PSDB/Podemos

Na eleição de 2022, o Podemos teve R$ 236,66 milhões de fundo eleitoral, o oitavo maior do país, enquanto o PSDB recebeu R$ 147,95 milhões, ficando em décimo lugar. Caso unam forças, os partidos somariam R$ 381,1 milhões, aproximando-se do MDB, que teve R$ 404,6 milhões.

Já no fundo partidário, a junção elevaria o montante para R$ 90,2 milhões anuais, tornando-se o quinto maior do país, ultrapassando Republicanos (R$ 83,6 milhões), MDB (R$ 81,3 milhões) e PSD (R$ 80 milhões).

Em relação às prefeituras, a fusão garantiria 401 administrações municipais sob controle da nova sigla, sendo 274 do PSDB e 127 do Podemos. Com isso, o partido ficaria na sétima posição no ranking nacional de prefeitos.

Interesse nacional e futuro do PSDB no Estado

O PSDB de Mato Grosso do Sul é um dos principais redutos tucanos do Brasil, com 45 dos 79 prefeitos do Estado. Com a saída da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, para o PSD, os tucanos mantêm apenas dois estados sob comando: Mato Grosso do Sul, com Eduardo Riedel, e Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite.

Diante desse cenário, lideranças nacionais do PSDB e PSD têm intensificado visitas ao Estado. Recentemente, Gilberto Kassab participou de um encontro na casa do governador Eduardo Riedel, onde reforçou a proposta de aliança e chegou a convidar Riedel para ingressar no PSD.

Na sequência, a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, se reuniu com Riedel para discutir a fusão entre as siglas. O ex-governador Reinaldo Azambuja, no entanto, não participou da reunião, sinalizando seu distanciamento da proposta.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, também esteve em Campo Grande e garantiu que uma decisão será tomada ainda neste semestre. No entanto, a tendência entre os tucanos sul-mato-grossenses segue sendo uma aliança com o PSD, enquanto a fusão com o Podemos pode acelerar a debandada da legenda no Estado.

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