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terça-feira, 25 de março, 2025
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Quaest: desaprovação de Lula, queda na avaliação de Haddad e apoio a Galípolo no BC

A primeira rodada de 2025 da pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”, realizada pela Genial/Quaest, revela que a percepção negativa sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece elevada. O índice de reprovação é de 88%, pouco abaixo dos 90% registrados em dezembro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve um aumento significativo na desaprovação, passando de 24% para 58%. Já sua avaliação positiva caiu de 41% para apenas 10%.

Avaliação do Banco Central

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem uma avaliação mais favorável, sendo visto positivamente por 45% dos entrevistados, enquanto 41% consideram sua gestão regular e apenas 8% o avaliam negativamente. Além disso, 49% acreditam que ele corresponde às expectativas, e 20% dizem que sua atuação está melhor do que o esperado.

Perspectivas econômicas

A expectativa para a economia brasileira segue pessimista: 83% acreditam que o cenário econômico irá piorar nos próximos 12 meses. Além disso, 58% apontam que o país enfrentará uma recessão em 2025, e 82% preveem que a inflação encerrará o ano em alta.

Medidas do governo também são vistas com ceticismo. Para 90% dos entrevistados, a redução das tarifas de importação não ajudará a baixar os preços dos alimentos, enquanto apenas 8% acreditam na eficácia da medida.

Governabilidade e reforma ministerial

A pesquisa indica que 98% dos entrevistados não acreditam que a reforma ministerial resolverá o problema de governabilidade do governo Lula. Além disso, 58% avaliam que o governo tem baixa capacidade de aprovar sua agenda no Congresso Nacional.

A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais também recebeu forte rejeição: 90% consideram a escolha um erro. Para 89%, o objetivo do governo com a reforma foi apenas defender sua base, enquanto 10% acreditam que houve intenção de ampliá-la.

Projeções do mercado

O mercado financeiro prevê que a inflação acumulada para o ano será de 6,01%, com a taxa Selic chegando a 14,73% e o dólar cotado a R$ 5,96. A expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa básica de juros em 1 ponto percentual na reunião de março.

Impacto do governo Trump no Brasil

A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos também é motivo de preocupação para o mercado. Para 66% dos entrevistados, seu governo terá um impacto negativo sobre a economia brasileira. Já 20% acreditam que não haverá impacto e 9% esperam efeitos positivos. Apesar disso, 78% avaliam que as tarifas impostas por Trump terão um impacto pequeno na economia do Brasil.

Eleições de 2026

A pesquisa também analisou a percepção do mercado sobre a sucessão presidencial. O número de entrevistados que acreditam que Lula será candidato à reeleição caiu para 60%, contra 70% em dezembro e 86% em março de 2024.

A percepção de que Lula será derrotado nas urnas aumentou: há um ano, 53% acreditavam na derrota do presidente, percentual que subiu para 66% nesta rodada. Apenas 27% consideram que ele tem chances de se reeleger.

Caso Lula não seja candidato, o nome mais cotado para representá-lo é Fernando Haddad, apontado por 57% dos entrevistados. Entre os candidatos da direita, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é considerado o nome mais forte para vencer a esquerda, com 93% de apoio nessa projeção. Em segundo lugar aparece Eduardo Bolsonaro, com 3%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 17 de março, por meio de entrevistas on-line com representantes de 106 fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro.

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