Astrônomos fizeram uma descoberta impressionante: uma gigantesca superestrutura batizada de Quipu, em referência ao antigo sistema de medição inca. Com mais de 1,3 bilhão de anos-luz de comprimento e uma massa estimada em 200 quatrilhões de vezes a do Sol, essa colossal formação desafia a compreensão humana sobre o cosmos.
O que é a Quipu?
Uma pesquisa liderada pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e publicada no periódico Astronomy and Astrophysics revelou que a Quipu é composta por uma vasta rede de aglomerados de galáxias interligados. O nome da descoberta não foi escolhido por acaso: assim como os quipus incas, que utilizavam cordas e nós para registrar informações, essa superestrutura se assemelha a um gigantesco fio de matéria tecendo o universo.
Os cientistas explicam que a Quipu não é apenas impressionante em tamanho. Ela também desempenha um papel crucial na forma como percebemos o cosmos.
Essas megaestruturas podem distorcer a luz de galáxias distantes por meio do efeito de lente gravitacional, influenciar as medições da constante de Hubble — que determina a taxa de expansão do universo — e modificar o fundo cósmico de micro-ondas, a radiação remanescente do Big Bang.
Como a Quipu foi descoberta?
Para identificar a Quipu, os astrônomos utilizaram dados de aglomerados de galáxias que emitem raios X, registrados em pesquisas anteriores. Essa metodologia permitiu mapear a distribuição da matéria em grande escala e detectar as colossais superestruturas.
Os pesquisadores também descobriram outras quatro estruturas gigantescas, que, juntas, contêm cerca de 45% dos aglomerados de galáxias e 30% das galáxias conhecidas, ocupando cerca de 13% do volume total do universo observável.
A existência da Quipu e de suas superestruturas irmãs está alinhada com as previsões do modelo cosmológico padrão, o Lambda-CDM, que descreve a evolução do universo desde o Big Bang.
Agora, os cientistas pretendem continuar investigando o impacto dessas superestruturas na evolução das galáxias e na precisão das medições cosmológicas. A descoberta da Quipu não apenas amplia os horizontes da astronomia, mas também reforça a complexidade e grandiosidade do nosso universo.