23/01/2015 12h00
Relatório aponta que 129 jornalistas sofreram algum tipo de violência no país no ano passado
O Globo
RIO – Um relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), divulgado nesta quinta-feira (22), aponta que 129 jornalistas sofreram algum tipo de violência no Brasil em 2014. Segundo o documento, foram três assassinatos, um caso a mais do que os registrados em 2013. De acordo com o portal G1 e a TV Globo, o relatório mostra que a maioria das mortes foi registrada no estado do Rio, com dois casos.
Entre os casos está o do repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, morto após ser atingido por um explosivo, durante uma manifestação no Centro do Rio. Os dois réus, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo vão a júri popular. O julgamento ainda não tem data marcada.
A outra morte ocorreu em Miguel Pereira, município no Centro-Sul do estado. Em fevereiro do ano passado, Pedro Palma, dono e único repórter do jornal Panorama Regional foi assassinado com três tiros, na porta de sua casa. Ele fazia denúncias de corrupção, contra políticos do sul fluminense.
A mulher do jornalista, Patrícia Palma, acompanhou a divulgação do relatório, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio. Ela cobrou justiça.
- Vai fazer um ano, ele tá virando uma estatística. Então o que é que vai colaborar daqui pra frente para toda a categoria? Ele foi assassinado na porta da minha casa e eu não ter resposta nenhuma? então a gente tá lutando é por justiça – disse Patrícia, em entrevista à TV Globo.
O relatório revela ainda que houve uma queda de 30% no número de agressões contra os profissionais de imprensa no ano passado. Em 2013, foram 181 casos contra os 124 registrados no ano passado.
Os dados mostram que a Região Sudeste concentrou mais da metade das agressões. A grande maioria dos casos ocorreu nos protestos nas ruas. São Paulo e Rio de Janeiro foram os estados que mais tiveram jornalistas feridos. Segundo o relatório, a maior parte da violência partiu de policiais. Em seguida, dos manifestantes, políticos e assessores.
Para o presidente da FENAJ, Celso Augusto Schroder, as agressões que vitimam os jornalistas devem ser cobradas:
- Isto é um primeiro passo que nós temos que fazer. Identificar efetivamente, fazer processos eficientes, e cobrar que os processos judiciais apurem. Por isso uma federalização de investigação seria importante, ou seja, nos locais que isso não for feito, seja qual for a razão, seria importante que pudéssemos estimular um setor nacional, federal que pudesse concluir essas investigações.