O fazendeiro responsável por provocar uma das imagens mais simbólicas dos incêndios florestais que devastaram o Pantanal em Mato Grosso do Sul neste ano foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (11) e multado em R$ 50 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Identificado apenas pelo primeiro nome de Carlos, ele colocou fogo na vegetação próxima à Corumbá. Por conta do calor e do tempo seco, as chamas se alastraram por uma imensa área, formando uma espécie de ‘muralha de fogo’. Na ocasião, um vídeo mostrou o incêndio que acontecia, ao mesmo tempo, da festa do ‘Banho de São João’.
Contra ele, a PF deflagou a Operação Arraial São João, que cumpriu três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Corumbá. O autor e a sua família, composta por outras seis pessoas, explora ilegalmente a região para a criação de gado. Eles queimaram uma área da União de 6.550 hectares para abrir a pastagem.
O incêndio que questão começou em 1º de junho e se estendeu para a Bolívia, somando ao todo 30 hectares de floresta pantaneira destruídos a partir da ação humana proposital. Ainda segundo a PF, a família faz uso de terras da União para a criação de gado e há suspeita de contrabando de bois da Bolívia e até trabalho em condição de escravidão.
O homem e a sua família são investigados por provocar incêndio florestal; reduzir alguém a condição análoga à de escravo; ocupar terra da União; falsidade ideológica documental; e associação criminosa. Na operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em duas propriedades da família, sendo a residência e um assentamento.
Foram apreendidos celulares, uma arma de fogo, munições e um revólver. Dois suspeitos foram conduzidos à delegacia, onde o delegado responsável irá analisar os fatos para definir os próximos passos. Outra pessoa também é investigada por envolvimento nos crimes, porém, está preso atualmente.
