Testes clínicos serão feitos em julho e o registro nas agências federais, em agosto. Até agora, 50 soldados já se apresentaram como voluntários
13/06/2020 16h53
Por: EFE
O governo russo anunciou neste sábado (13) que, em setembro, começará a produzir, em grandes quantidades, uma vacina contra o novo coronavírus, que já infectou mais de meio milhão de pessoas no país.
Os testes clínicos serão realizados em julho, o registro nas agências federais será feito em agosto e a produção começará em setembro, disse Tatiana Gólikova, vice-primeira-ministra russa, em entrevista coletiva.
O Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamalei, que recebeu o nome de um famoso virologista russo soviético e trabalha em cooperação com o Ministério da Defesa, será o responsável pela fabricação.
Até agora, o Ministério da Defesa do país informou que 50 soldados – 45 homens e 5 mulheres – se ofereceram para participar dos ensaios clínicos do Centro de Pesquisa Científica.
O governo russo informou que dez centros científicos no país estão atualmente trabalhando no desenvolvimento de vacinas e medicamentos para combater a doença infecciosa, incluindo a Universidade Estatal de Moscou.
No final de maio, o presidente russo Vladimir Putin ordenou que o governo acelerasse a produção da vacina contra o coronavírus.
O diretor do centro de Gamalei, Alexandr Gintsburg, explicou que a Universidade Estatal de Moscou prepara uma vacina de vetor com base no DNA de um adenovírus do tipo SARS-CoV-2.
Segundo o cientista, a vacina já foi testada, de forma não oficial, com a ajuda de voluntários do próprio centro e todos os pacientes estão bem e desenvolvendo imunidade ao vírus.
Quanto à pandemia na Rússia, Golíkova observou que o aumento no número de infecções foi reduzido em 16 vezes em relação a seu pico em meados de maio e 79% das pessoas infectadas já tiveram alta, mas a situação permanece “muito alarmante”.
Ela observou que mais da metade das regiões, 49 no total, já começaram a desaceleração de casos, mas alertou que, ao contrário do começo, quando Moscou e a região metropolitana representavam mais da metade dos casos, agora elas somam pouco mais de 22% do aumento diário de infecções.
“Estou confiante de que todas as regiões emergirão (da quarentena) com o máximo cuidado, já que nosso país aguarda importantes desenvolvimentos políticos”, afirmou.
A oposição e a imprensa independente acusam o Kremlin de se apressar em suspender as restrições, uma decisão que se liga diretamente ao plebiscito constitucional de 1º de julho, que vai decidir se Putin pode se candidatar à reeleição em 2024.
O prefeito de Moscou, Sergey Sobianin, apostou desde o início em uma estratégia conservadora, mas de repente ele suspendeu as restrições nesta semana e permitiu a abertura de pequenas e grandes empresas fora do setor de alimentos.
A Rússia é o terceiro país do mundo nos casos de covid-19 com 520.129, segundo dados publicados hoje pelas autoridades locais. Os óbitos chegam a 6.829 após a morte de 114 pessoas nas últimas 24 horas