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sábado, 21 de setembro, 2024
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Saiba o risco de ter covid e dengue juntas, como ocorre com Delcídio do Amaral

O ex-senador de MS teve alta hospitalar neste sábado (25), após demonstrar melhoras em seu quadro de saúde

Depois de três dias internado no Hospital Cassems, em Campo Grande, o ex-senador Delcídio Amaral (PTB) teve alta e voltou para casa, conforme ele mesmo publicou em suas redes sociais. Delcídio está no 11º dia de diagnóstico positivo para Covid-19, e quando chegou ao hospital, na noite de quarta-feira (22), também estava infectado pelo vírus da dengue.

Embora pareça algo inusitado, o que ocorreu com o político é um retrato da região, o Centro-Oeste, que vive um aumento dos casos de covid-19 e tem neste ano a incidência mais alta de dengue do país, segundo o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde.

Mato Grosso do Sul continua ocupando o 2º lugar no ranking das 27 unidades da Federação com maior incidência da doença. Conforme o boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde) divulgado na última quarta-feira (22) foram 428 casos confirmados na última semana.

Com os novos, o Estado soma agora 66.230 casos de dengue, 19.194 a menos que em 2019, mas todas as 79 cidades estão com alta incidência para a doença. Campo Grande, onde mora o ex-senador, segue liderando o ranking no Estado com 11.055 confirmados, sendo 171 só na última semana e 8.368 a mais que Três Lagoas, que ocupa a segunda colocação com 2.687 casos de dengue.

O Brasil registrou entre janeiro e junho deste ano 874 mil casos prováveis de dengue. Os infectados por coronavírus, até quinta-feira (24), somavam 2,28 milhões. Não existem dados de quantas pessoas foram infectadas pelos dois vírus simultaneamente no Brasil. 

Delcidio escreveu no Facebook que se recupera bem e na manhã de hoje (25), teve alta hospitalar. Ele agradeceu a equipe médica que chamou de “verdadeiros heróis”.

“A Covid-19 e a dengue me pegaram! Mas eu estou me livrando delas, graças a Deus e aos anjos que cuidaram de mim no Hospital da Cassems em Campo Grande! Quero agradecer a esses verdadeiros heróis, que são os profissionais da saúde que estão salvando vidas por esse Brasil afora arriscando, muitas vezes, as suas próprias. Infelizmente, muitos se foram cumprindo suas missões”.

Entretanto, uma coinfecção pode evoluir para casos graves, explica o médico infectologista Heber Azevedo, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“As duas são viroses, o que por si só já é uma problema. O organismo vai ter que lidar com duas infecções ao mesmo tempo. […] Na dengue, você pode ter uma lesão nos vasos sanguíneos, uma vasculite. Essa vasculite pode pegar vários órgãos, principalmente o pulmão. E, com o coronavírus, um dos órgãos mais afetados é o pulmão, que é a preocupação de todos nós. Se um paciente tem uma pneumonia já pelo coronavírus e ainda por cima faz uma lesão vascular por conta da dengue, essa junção de danos pode complicar muito mais a situação do paciente.

O médico ressalta, no entanto, que as mortes por dengue são muito menores do que as de covid-19 e que ambas as doenças, em sua maioria, são de casos considerados leves.

O Ministério da Saúde contabilizou entre janeiro e junho 415 óbitos por dengue, enquanto as mortes por covid-19 já superam 84 mil.

Algumas pessoas podem chegar a se confundir com os sintomas em regiões com alta incidência das duas doenças. Azevedo observa que, de fato, alguns sinais são comuns entre elas.

“Tem sintomas que são muito iguais, os dois [vírus] dão muita febre, dor muscular, cansaço, perda de apetite… Para você suspeitar de dengue, precisa ter um dado epidemiológico. Os médicos costumam ver que na região tem mais [casos de dengue] nesta época e solicitam também exame específico.”

A diferença está nos sintomas respiratórios, que são característicos da infecção pelo novo coronavírus.

Dentre os mais frequentes estão: tosse, coriza e falta de ar, em alguns casos. Há relatos frequentes de perda do paladar e apetite.

Como não há medicamentos antivirais para nenhuma das duas doenças, o tratamento é focado nos sintomas.

Para isso, são usados analgésicos e antitérmicos. que atuam pala aliviar dores e a febre.

O sinal de alerta, seja para suspeita de qualquer uma das doenças, deve ser sempre a febre persistente por mais de 48 horas e a falta de ar, no caso da covid-19. Nestas situações, a pessoa precisa procurar atendimento médico.

*Com informações R7

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