Último transplante foi realizado na quinta-feira pelo banco de olhos da unidade
Três transplantes de córneas foram realizado na Santa Casa de Campo Grande este ano. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, o último foi feito nesta quinta-feira (11) pelo banco de olhos da unidade em um paciente de 64 anos que teve a córnea perfurada devido a uma grave infecção ocular.
Segundo informações da unidade, numa escala de zero a dez, o comprometimento da córnea estava em grau nove e o paciente corria o risco de perder o globo ocular. O tratamento clínico já não era suficiente para resolver a situação, sendo o transplante indicado para esse tipo de caso.
A próxima etapa do tratamento é evitar a rejeição da córnea, quando o paciente deverá fazer visitas constantes ao ambulatório e ficar atento a alguns sintomas que poderão surgir, conforme explicou a médica oftalmologista Drª Cristiane Bernardes, que também é diretora do Banco de Olhos do Hospital. “Os primeiros seis meses são os mais importantes nesse tratamento. O sucesso do transplante depende também do cuidado que o paciente terá no pós-cirúrgico. Ele deve usar a medicação rigorosamente nos horários e dosagens indicados e buscar atendimento imediatamente, caso tiver sensação de corpo estranho (pode significar um ponto arrebentado), visão mais embaçada, vermelhidão, dor, fotofobia e lacrimejamento”, disse a médica.
A Santa Casa é referência em atendimentos oftalmológicos de urgência e emergência e o único hospital no Estado a oferecer o serviço 24h pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Nos últimos três anos foram realizados na instituição 85 transplantes de córneas, sendo 24 transplantes durante a pandemia. Nesse período de enfrentamento à COVID-19, a captação do tecido ficou mais restrita devido a uma determinação do Ministério da Saúde e orientação da Associação Panamericana de Banco de Olhos, Abapo, para garantir a segurança dos pacientes e profissionais.
“Nós não paramos com a pandemia, mas ficamos restritos às doações de mortes encefálicas. Agora, estamos retomando as doações vindas de pacientes vítimas de parada cardiorrespiratória e, com isso, podemos aumentar a oferta do tecido para outras instituições que também realizam transplantes”, informou Cristiane. O Banco de Olhos da Santa Casa trabalha na busca ativa de doadores para captar, processar e distribuir tecidos oculares humanos, proporcionando aos pacientes transplantados uma nova perspectiva de vida.
Equipe: médica oftalmologista Drª Cristiane Bernardes, médico residente Dr. Roberto Brassaloti Filho, médica anestesista Dra. Helena Souza Sodré e equipe da enfermagem do centro cirúrgico Day Clinic da Santa Casa, onde são realizados procedimentos de pequeno e médio porte.
Transplante
Três casos de urgência na oftalmologia com indicação de transplante de córneas foram registrados neste ano de 2021 na Santa Casa de Campo Grande. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados com apoio do Banco de Olhos do hospital que, de janeiro até agora, recebeu os tecidos doados por familiares de oito pacientes que tiveram morte encefálica declarada.