A Seleção Brasileira de futebol não terá mais a tradicional camisa na cor azul. A mudança já tinha sido tomada há pelo menos um ano, porém, ficou sob sigilo até a semana passada, quando o site Footy Headlines, especializado em uniformes, publicou o novo modelo, na cor vermelho.
A mudança rapidamente se tornou polêmica nas redes sociais, envolvendo até mesmo ideologias políticas-partidárias, uma vez que o partido do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o PT, tem como cor representativa o próprio vermelho. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda não confirmou a mudança nas cores.
Segundo consta, a decisão pela mudança foi tomada em reunião no Rio de Janeiro. O novo uniforme será predominantemente vermelho em tom mais desbotado, com listras pretas que se assemelham mais a manchas. As cores se estendem ao calção no mesmo formato, dando continuidade como se fosse uma só peça.
A estreia do novo uniforme deve ocorrer no próximo ano, em partidas amistosas de preparação para a Copa do Mundo que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá. Será a primeira vez na história que o Brasil sairá das cores amarelo, azul ou branca (esta utilizada até a Copa de 1950).
A Nike, que fornece o material esportivo para a CBF, vai estrear a novo logo, que tem a silhueta de Michael Jordan, lendário ex-jogador de basquete americano. A logo do Jordan será utilizada também em toda a linha de passeio, que também será lançada na Data Fifa de março.
O estatuto da CBF, em seu capítulo 3, inciso 3 do artigo 13, diz que os uniformes da Seleção devem seguir as cores existentes na bandeira da CBF, que são as mesmas da bandeira oficial do Brasil, ou seja, verde, amarelo, azul e branco. Por tanto, não há vermelho, o que torna vedado essa mudança, exceto se o documento for alterado.
A exceção de cores que não estão na bandeira nacional ocorre em edições comemorativas. Recentemente, o Brasil jogou de preto no amistoso contra a Espanha, realizado em março de 2024, em uma ação contra o racismo. Leia o trecho que trata do assunto no estatuto da CBF abaixo:

Azul em homenagem a Nossa Senhora
A camisa na cor azul do Brasil surgiu na final da Copa do Mundo de 1958, contra a Suécia, que também era a anfitriã do mundial. Os uniformes da ambas seleções eram amarelos e, com isso, a Fifa realizou um sorteio para definir quem jogaria com a camisa principal, sendo decidido que a dona da casa usaria o amarelo.
Até então, a segunda camisa da Seleção era branco, mas desde a derrota da Copa no Maracá, em 1950, aquelo uniforme foi abandonado por questões de superstição. Com medo de perder a final de novo, o chefe de delegação em 58, Paulo Machado de Carvalho, foi orar e, ao levantar a cabeça, viu a imagem de Nossa Senhora Aparecida na parede e o manto azul.
Decidido a jogar naquela cor, a delegação saiu às ruas de Estocolmo e comprou em uma loja especializada um kit com 22 camisas azuis. Na noite anterior à final, o massagista Mário Américo e o médico Francisco Alves foram os encarregados a costurar e bordar o escudo da CDB (atual CBF) e os números no novo fardamento.
E o País foi abençoado. Zagallo, Vavá, duas vezes, e do ainda jovem Pelé, também duas vezes, construíram o placar de 5 a 2 para a seleção, que ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez na história. Desde então, o uniforme azul passou a ser adotado como o segundo modelo, aposentando para sempre o antigo branco.