Um dos locais mais importantes de Campo Grande, a Praça Ary Coelho hoje sofre com a falta de manutenção e o abandono por parte do Poder Público. Considerada o grande ponto central da cidade, o espaço torno-se um local híbrido, mesclando o cenário da depredação, sujeira e a presença de usuários de drogas com o cotidianismo de uma capital grande, de pessoas que vão para um lado e para outro às pressas usando a praça como uma simples pista de caminhada para carregar os seus problemas, afazeres e planos.
A história conta que a área onde hoje está edificada a praça era um cemitério ainda nos primórdios de Campo Gande, no final do século 19. Na primeira década dos anos de 1900, foi feito um planejamento urbano e surgiu a proposta de ter uma praça. Os ossos e restos mortais que estavam sepultados ali foram retirados e deram espaço ao coreto e o passeio, que era chamado de ‘passeio público”.
Construída para ser um local de reuniões e comícios, a Praça Ary Coelho passou por incontáveis transformações. Nos anos 1920 e 1930, recebeu pela primeira vez os gradis e se tornou um local de apresentações de orquestras e eventos sociais diversos, algo que perdurou até o início da Ditadura Militar, quando esses atrativos passaram a ser censurados pelo Governo Federal e a praça sofreu com o abandono público.
No ano de 1985, a Prefeitura Municipal fez uma série de melhorias e reformas na estrutura, mas a maior e mais moderna revitalização ocorreu somente entre os anos de 2012 e 2013, resultando no formato que possui até os dias atuais, preservando o coreto e a fonte de água construída em 1957 e que já foi iluminada e até sonora, mas hoje está abandonada, com a água suja por conta de andarilhos que tomam banho no local.
A praça também é conhecida por abrigar pontos de ônibus de itinerários que atravessam o centro da cidade, o que faz ter um fluxo de pessoas intenso durante o dia. Também há um ponto de mototaxistas e áreas de lazer, como o playground, banheiros, bancos e mesas de concreto usados por aposentados para jogos de recreação e apostas. Há, ainda, alguns poucos ambulantes que ofertam guloseimas, artesanato, entre outros itens.
Nesta segunda-feira (26), data que celebra os 125 anos de emancipação política-administrativa de Campo Grande, observamos a Praça Ary Coelho como um cartão-postal esquecido, superado por outros atrativos edificados pela cidade ao longo dos anos, e que não evoluiu para fazer a concorrência. Tornou-se, por tanto, um simples equipamento público que tem grades fechadas durante a noite em um total desserviço ao povo.
