Um problema antigo voltou a ser alvo de reclamações nas redes sociais e através da imprensa ao longo da última semana, trata-se do forte cheiro que atormenta a vida dos moradores do bairro Nova Campo Grande e região. A principal suspeita da origem de tal odor é um frigorífico existente nas proximidades, na Avenida Duque de Caxias, e que já foi alvo de denúncias e até inquéritos judiciais outras vezes pelo mesmo motivo, entretanto, a Associação de Moradores local ainda busca a origem certeira para haver a solução do problema.
O presidente Robson Nogueira descreveu ao site Enfoque MS que a situação é ‘infernal’. “É um cheiro muito forte, todos os dias, pontual. Eu digo que se parece muito com cheiro de curtume, mas outras pessoas dizem que sentem cheiro de carniça, de algo podre. Nosso objetivo agora é descobrir de onde está vindo, porque não temos apenas o frigorífico aqui perto, há também outras empresas, especialmente no Indubrasil, que podem ser as responsáveis por esse crime ambiental”.
Com a ajuda dos moradores, a Associação está mapeando as ruas e avenidas onde o cheiro é sentido, no entanto, o presidente disse que já ouviu relatos de residentes de bairros vizinhos, como o Jardim Aeroporto e até do Santa Emília. “Estamos pedindo aos moradores que registrem tudo, como os horários que sentem o cheiro, e que usem as redes sociais, marcando os órgãos públicos responsáveis como a SEMADUR e o Ministério Público, além disso, que façam boletins de ocorrência na Polícia Civil”.
Robson Nogueira contou que reside no Nova Campo Grande há 35 anos e há um ano está como presidente da Associação de Moradores e ainda é o atual secretário do Conselho da Região Urbano do Imbirussu, inclusive, uma reunião foi convocada para a próxima quinta-feira (22) para debater o assunto. “Estamos perdidos, fazendo a caça às bruxas e precisamos de ajuda. É preciso agir o mais rápido possível porque já ouvi relatos de pessoas que passaram mal, vomitaram, por conta desse cheiro, que é muito forte”.
A leitora do Enfoque MS, Luciene Cruz, que reside no bairro Nova Campo Grande há quatro anos, também reclamou do cheiro forte, classificando como uma verdadeira catinga. “Há mais de duas semanas estamos sentindo esse odor. Temos a informação de que duas empresas incineram tranqueiras, inclusive peças hospitalares. Esse cheiro nunca havia chegado para esses lados com tanta intensidade, acredito que se fosse em um bairro como Damha ou Alphaville haveria uma fiscalização rigorosa”, criticou.
A Daex (Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução) do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deve promover uma fiscalização no frigorífico para descobrir se o cheiro está vindo de lá, porém, não há prazo para que isso ocorra. Já o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) declarou que fez uma vistoria recente no frigorífico e não encontrou irregularidades. O frigorífico também foi procurado pela reportagem, mas não retornou até a publicação deste texto.
