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Servidor municipal acusado de pedofilia era uma pessoa “acima de qualquer suspeita

22/10/2014 13h00

Servidor municipal acusado de pedofilia era uma pessoa “acima de qualquer suspeita

Dourados News

Jeferson Porto da Silva, 33, que está preso desde domingo (19) acusado de aliciar e manter relações sexuais com meninos menores de idade era um servidor municipal como outro qualquer e acima de qualquer suspeita. Com nível superior e, inclusive, pós graduado, Silva trabalhava na secretaria de administração da Prefeitura de Dourados.

Concursado há pelo menos quatro anos, ele era assistente administrativo lotado em uma função burocrática de registro de despesas entre outras atividades. Contra ele houve um processo administrativo, por falha no exercício da função. Quando foi preso, estava de férias.

As informações foram repassadas ao Dourados News pelo secretário municipal de administração, João Azambuja. Conforme o secretário, nunca houve nenhum tipo de conflito grave envolvendo Silva, que era completamente “acima de qualquer suspeita”.

“Ninguém nunca poderia imaginar uma coisa dessas. Era um funcionário normal, executava sua função, era educado com todos, muito inteligente, uma pessoa absolutamente tranquila e calma. Os servidores que trabalhavam junto com ele estão realmente chocados”, disse Azambuja.

Por conta da prisão do servidor, foi aberta uma sindicância interna para apurar possíveis posturas inadequadas dele dentro do exercício de suas funções administrativas ou no uso de equipamentos de posse da administração municipal, como computadores, por exemplo.

Azambuja destacou que enquanto Silva permanece preso, a administração estuda o que pode ser feito com ele caso seja solto temporariamente, ou até mesmo no caso de uma condenação. “Ainda estamos avaliando como funcionam esses procedimentos, não tem muito o que expor, não dá para afirmar se ele vai ser afastado temporariamente ou de vez. Isso tudo será analisado”, explicou o secretário.

Polícia alerta que perfil do pedófilo é exatamente esse

A delegada responsável pelo caso, Marina Lemos, ressaltou que o perfil do pedófilo é exatamente de uma pessoa inteligente, geralmente bem articulada e que está acima de qualquer suspeita. “A pessoa pensa 24h por dia nisso, mas não quer dizer que ele fique agindo de forma que se exponha. Acredito que realmente é uma pessoa doente. Ele tem curso superior, era servidor público, tinha certa credibilidade. A própria família dele tem dificuldades de acreditar”.

Ainda de acordo com Marina, os pais devem ficar atentos ao que os filhos andam fazendo na internet e observar comportamentos que possam indicar que eles estão sendo vítima de assédio. “Esse facebook é terrível. É preciso cuidado”, alertou a delegada.

Silva permanece preso no 1º Distrito Policial de Dourados, de onde deve ser transferido na sexta-feira para a Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa). Ele deve responder por crime de pedofilia, favorecimento à prostituição infantil, perigo de contágio venéreo e falsificação de documento particular (esses dois pelo fato de ser portador do vírus HIV, ter tido relações sexuais sem uso de camisinha e ter falsificado um exame clínico para fingir não ter o vírus) e pode vir a responder ainda por estupro de vulnerável, caso se comprove que ele fez vítimas menores de 14 anos.

O caso

Após dois meses de investigação, Jeferson Porto da Silva, 33, acabou preso acusado de aliciar menores de idade e incentivá-los à prostituição. Conforme apontado pela Polícia Civil, ele utilizava um perfil falso no facebook e também no aplicativo de conversas para celular ‘whats app’, onde se passava por uma mulher chamada ‘Jéssika Alessandra’.

Após atrair os adolescentes com faixa etária entre 14 e 16 anos, ele marcava encontros noturnos na casa dele, onde morava com a mãe idosa. Quando chegavam lá e viam que não se tratava de uma mulher, os adolescentes então eram convencidos pelo servidor municipal a manter relações sexuais com ele mediante pagamento de R$ 30. Computadores e celular dele foram apreendidos.

Portador de HIV, Silva ainda falsificou um exame clínico para convencer menores que questionavam ele sobre o uso de camisinha de que não tinha o vírus. Além de favorecimento à prostituição infantil, ele deve responder também por pedofilia, perigo de contágio venéreo, falsificação de documento particular e estupro de vulnerável (caso seja constatado que houve vítima menor de 14 anos). O servidor deve ser transferido para a Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa) até sexta-feira (24).

Jeferson Porto da Silva, 33, foi preso no domingo após dois meses de investigação da Polícia Civil (Foto: Osvaldo Duarte)

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